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Autosvezzamento: o que é, como funciona, quando e como começar

Auto-desmame: o que é, como funciona, quando e como começar

1. Introdução 2. O que é o desmame? 3. Desmame tradicional e auto-desmame: as diferenças 4. Os requisitos para começar o auto-desmame 5. Os benefícios do auto-desmame 6. Medos e falsos mitos sobre o auto-desmame 7. Engasgamento 8. A autorregulação no recém-nascido 9. A proposta de refeições completas 10. A diferença entre Reflexo GAG e engasgamento 11. As competências psicofísicas para o início do auto-desmame 12. Perda do reflexo de extrusão 13. Domínio da pegada palmar 14. Capacidade de sentar-se sem curvar-se excessivamente 15. Interesse pelos alimentos consumidos pelos adultos 16. Dentinhos e método de alimentação autônoma: são necessários? 17. Alergias e método de alimentação autônoma 18. Método de alimentação autônoma e microbiota da criança 19. Pratos e talheres no método de alimentação autônoma: como escolher os materiais 20. Método de alimentação autônoma vegetariano: é possível? 21. Dicas para um método de alimentação autônoma vegano simples e saudável 22. Quando termina o método de alimentação autônoma? 23. Aspectos práticos do método de alimentação autônoma 24. Como escolher a cadeirinha de alimentação 25. Uso dos talheres no método de alimentação autônoma 26. Como montar um prato saudável 27. Quais carboidratos escolher no método de alimentação autônoma? 28. Quais proteínas escolher no método de alimentação autônoma? 29. O manejo das gorduras no método de alimentação autônoma 30. A escolha dos vegetais 31. Consistência dos alimentos e cortes seguros: o que você precisa saber 32. Carboidratos: texturas e cortes seguros 33. Alimentos proteicos: formatos, texturas e cortes seguros 34. Fontes de lipídios: texturas e cortes seguros no autodesmame 35. Como propor e cortar frutas e verduras no autodesmame 36. Como oferecer água no autodesmame?

Introdução

Autodesmame: em uma palavra, um mundo que fascina, às vezes assusta, indubitavelmente desperta a curiosidade das futuras e novas mães. 


Se você se identifica com o que acabei de dizer, este conteúdo é para você. Como pode ver, é muito extenso. 


Para facilitar a leitura, preparei um índice. 


Graças a ele, se você se interessar por um determinado assunto, poderá aprofundá-lo simplesmente clicando no título correspondente.

 

Agora só me resta desejar uma boa leitura e convidá-lo a descobrir um tema fundamental para o bem-estar do seu bebê. 


Nesta jornada, você será acompanhada pelos preciosos conselhos da Doutora Federica dell’Oro, bióloga nutricionista e autora do videocurso vertical sobre autodesmame que você pode encontrar no final do parágrafo.

O que é o desmame?

Antes de falar sobre autodesmame, é necessário começar tentando entender do que se trata quando se fala em desmame. 


Com este termo, enquadra-se o processo gradual que leva o recém-nascido de uma alimentação exclusiva com leite materno para uma que inclui também outros alimentos, tanto líquidos quanto sólidos.

 

Atenção: desmame não é sinônimo de desmamar. O objetivo não é “encher” o bebê com outros alimentos para substituir a mamada.


O desmame é o período durante o qual o leite materno é complementado com outros alimentos.

 

Trata-se de um processo longo, uma jornada de descoberta e experimentação fundamental para o crescimento da criança em todos os aspectos, não apenas o nutricional.


O termo mais apropriado para definir este período extraordinário é “alimentação complementar”. 


A partir de cerca de seis meses de vida - uma semana mais, uma semana menos, cada bebê é único - os novos alimentos serão adicionados ao leite.


Este último, apesar do início do desmame, deve continuar sendo a principal fonte de nutrição para o bebê, pelo menos até o primeiro ano de idade.

 

Assim como a amamentação, também a alimentação complementar deveria ser sob demanda. 


O que isso significa? Que é o bebê quem pede comida e demonstra vontade de comer. 


Não se deve forçá-lo a comer ou obrigá-lo quando não está pronto. A resposta é não: não se pode iniciar o desmame aos 4 - 5 meses. Por quê? 


Porque, como explico em este artigo, nessa idade o pequeno dificilmente desenvolveu os requisitos, dos quais falarei nos próximos parágrafos, para se aproximar da alimentação complementar.

 

Para ser preciso, deveria-se falar em alimentação complementar sob demanda, o sinônimo correto de autosdesmame.


Qual é a diferença técnica entre desmame tradicional e autosdesmame? Continue lendo para descobrir.

desmame autorregulado

Desmame tradicional e autosdesmame: as diferenças

No desmame tradicional, é a mãe - ou outro cuidador - que oferece as papinhas clássicas. 


Tudo acontece em horários pré-estabelecidos e sem personalização no processo de introdução dos alimentos. Portanto, trata-se de uma situação de gestão total por parte do adulto.


O desmame tradicional é iniciado aos seis meses exatos - mas muitas vezes bem antes, por volta dos 4/5 meses - e sem levar em conta os tempos de maturação, a real prontidão e a singularidade do bebê. 


Além disso, desde o início do desmame tradicional tende-se a substituir uma mamada por uma refeição completa, quase sempre o almoço. 


Recorre-se a tempos e modos pré-estabelecidos. 


Como já mencionado, o desmame tradicional prevê o uso de papinhas.


Podem ser preparadas em casa ou já prontas (papinhas industrializadas ou outros produtos de baby food). 


Isso é inevitável porque aos 4/5 meses não há alternativas: o bebê não é capaz de lidar com consistências diferentes.


Outro aspecto que caracteriza o desmame clássico são os chamados cronoinserções. Do que se trata? 


Da introdução de um alimento por vez com tempos ditados por indicações esquemáticas. 


Lembro também que o desmame clássico começa com as papinhas líquidas, passa depois para as semi-líquidas, para os pedaços pequenos até chegar, com o tempo, à comida normal.


O que se entende, porém, por autosdesmame? Na Itália, este termo foi utilizado pela primeira vez pelo pediatra umbro Lucio Piermarini. 


A palavra italiana se inspira no termo anglo-saxão baby-led weaning, que pode ser traduzido literalmente como “desmame guiado pelo bebê”.


O termo anglo-saxão expressa perfeitamente a situação e nos faz entender que, para um desmame guiado pelo bebê perfeito, o cuidador adulto deve assumir um papel marginal.


O verdadeiro protagonista deve ser o pequeno: é ele quem guia o processo de introdução dos alimentos. 


O adulto deve confiar nele, supervisionar e sempre oferecer uma alimentação o mais variada e saudável possível.


Sobre este último tema e os conselhos sobre como cortar os alimentos com segurança falaremos melhor ao longo do artigo (para informações ainda mais detalhadas, você pode consultar o videocurso da Doutora Dell’Oro).


 Nos últimos anos, os benefícios do desmame guiado pelo bebê têm sido amplamente discutidos. 


Apesar disso, porém, nem sempre são fornecidas às famílias as ferramentas certas para gerenciá-lo. 


É por isso que, ainda hoje, muitos pais o temem e o consideram uma escolha alternativa, quase um pouco hippie.

Nada mais errado!


O desmame guiado pelo bebê não tem nada de estranho: trata-se do que as diretrizes científicas sugerem para a alimentação complementar do bebê. 


Esse processo não prevê tabelas rígidas nem papinhas.


Pressupondo que os pais tenham uma alimentação saudável e conheçam os cortes seguros e as texturas adequadas para oferecer determinado alimento ao bebê, o desmame guiado pelo bebê prevê que o pequeno coma os mesmos alimentos dos adultos.


Em seu videocurso, a Doutora Dell’Oro mostra como pode ser fácil preparar pratos saudáveis e equilibrados, adequados tanto para as necessidades dos pais quanto para as do bebê.


desmame autorregulado

Os requisitos para começar o desmame guiado pelo bebê

Antes de aprofundar qualquer receita, é preciso conhecer bem os princípios do desmame guiado pelo bebê.


O primeiro diz respeito ao momento perfeito para começar. 


Deve-se começar o desmame guiado pelo bebê quando o intestino do pequeno estiver suficientemente maduro e quando ele tiver adquirido as competências psicomotoras necessárias para a introdução e manejo dos alimentos sólidos.


Como destacado tanto pela OMS quanto pelas principais associações pediátricas mundiais, o bebê alcança essas competências por volta dos seis meses de idade.

 

As competências fundamentais para começar o desmame guiado pelo bebê, que detalharei em um dos próximos parágrafos, podem ser resumidas na seguinte lista:


  • Perda do reflexo de extrusão, ou seja, da tendência de afastar com a língua corpos estranhos que são aproximados da boca;
  • capacidade de sentar-se sem se curvar demais e com a ajuda de poucos apoios;
  • domínio da pegada palmar;
  • interesse evidente pela comida que a mamãe e o papai consomem.

Vamos voltar um momento às características diferenciadoras do desmame autorregulado em relação ao desmame tradicional, ressaltando que, no primeiro caso, começa-se oferecendo ao bebê pequenas degustações durante as refeições da família.


O leite não é substituído de repente por uma papinha pronta, administrada alimentando passivamente o pequeno. 


Ao contrário, é acompanhado por degustações que se tornam cada vez mais consistentes.


Os benefícios do desmame autorregulado

Quais são os benefícios do desmame autorregulado? Todos os nutricionistas que cuidam da alimentação infantil já ouviram essa pergunta, pelo menos uma vez.


A alimentação complementar sob demanda incentiva a autonomia do bebê, expõe a uma dieta saudável e variada e respeita as sensações do pequeno.


As vantagens não param por aí! O desmame autorregulado, de fato, introduz o pequeno a uma experiência tátil e manipulativa completa.


Além disso, no momento em que se coloca o bebê nas condições de mastigar desde seus primeiros contatos com alimentos diferentes do leite materno, favorece-se o crescimento dos músculos do seu rostinho e da boca.


O resultado? Uma melhor formação do palato e da mandíbula.


Além disso, dessa forma, dá-se um impulso ao desenvolvimento de outras funções desempenhadas pela boca, especificamente deglutição, linguagem e respiração.


Se forem oferecidas ao pequeno, na fase de desmame autorregulado, almôndegas moles, ele não é estimulado a aprender a mastigar e triturar o alimento, movê-lo com a língua e engoli-lo. 


O pequeno simplesmente suga a papinha e a engole, sem ativar a musculatura da boca. Trata-se, de fato, de uma espécie de sucção.


No momento em que, ao contrário, no desmame autorregulado são oferecidos ao bebê alimentos sólidos, obviamente com cortes seguros e texturas adequadas, o pequeno é estimulado a desenvolver a musculatura da boca e da mandíbula, a mover a língua ativamente para gerenciar o alimento. 


Isso significa tanto mastigá-lo, quanto movê-lo de uma bochecha para a outra e engoli-lo.


Os benefícios do desmame autorregulado são realmente muitos e vão muito além do que acabei de ilustrar! 


Não se deve esquecer, de fato, a possibilidade de acostumar a criança antes às texturas sólidas.


Acontece frequentemente que crianças desmamadas com a abordagem tradicional tenham dificuldade, por volta dos 9/10 meses, em se acostumar com alimentos sólidos e com texturas diferentes da papinha.


Nas linhas anteriores, mencionei a autonomia. Vamos detalhar melhor esse conceito. 


Quando se fala em desmame guiado, fala-se antes de tudo de autonomia na relação com a comida.


A criança é livre para pegar com as mãos ou com os talheres e levar à boca.


Trata-se de uma verdadeira forma de exploração do mundo. A autonomia também diz respeito às quantidades de comida ingeridas. 


Não se deve temer que, com o desmame guiado, o pequeno perca sua preciosa autorregulação. 


Como repetido várias vezes nestas linhas, de fato, sempre se fala de um processo sob demanda.


Essa abordagem é considerada uma das melhores aliadas para a prevenção do sobrepeso e obesidade nos primeiros dois anos de vida, além de ser uma forma de estabelecer as bases para uma relação saudável com a comida na idade adulta.


A autonomia também diz respeito aos gostos. A criança, de fato, escolhe também o que comer. 


A tarefa dos pais é levar à mesa pratos saudáveis e completos.


O objetivo é permitir que o pequeno escolha o que provar sem enfrentar deficiências nutricionais.


Quanto mais se experimenta nas fases iniciais do desmame guiado, mais se torna fácil superar as fases de seletividade, que não aparecem antes dos 18 meses.


Vivida por quase todas as crianças, a fase de seletividade as faz deixar de considerar a comida apresentada no prato igualmente interessante. 


Trata-se de um momento fisiológico. Em alguns casos, porém, é mais acentuado.


As bases estabelecidas durante o desmame guiado - assim como o relacionamento tranquilo que os cuidadores têm com a comida - ajudam muito a superar essa fase de forma tranquila.

desmame autorregulado

Medos e falsos mitos sobre o desmame guiado

Como mencionado nas linhas anteriores, quando se fala de desmame guiado em uma conversa comum, quase sempre se depara com a manifestação de numerosas preocupações por parte das pessoas ao redor.


Nesta parte do artigo, vou guiá-lo na descoberta de alguns falsos mitos sobre a alimentação complementar sob demanda, tentando desmistificá-los para que você possa, se quiser, iniciar o desmame guiado do seu bebê com um sorriso.

Engasgamento

Como também lembrado pela Doutora Dell’Oro em seu curso muito valioso sobre o tema deste artigo, quando se discute com os novos pais sobre auto-desmame, um dos principais receios que são destacados é o risco de engasgamento. 


Trata-se de um risco real? Existem dois modos de preveni-lo. São eles:

  1. Prevenção primária: neste caso, o foco está em oferecer à criança alimentos com consistência adequada, ou seja, fáceis de mastigar pela criança e cortados com segurança. Cortes seguros - que serão aprofundados no curso da Doutora Dell’Oro - serão discutidos mais adiante. Posso antecipar que o formato adequado dos pedaços de comida para oferecer à criança deve ser semelhante ao do dedo médio de um adulto. Além disso, o pedaço de comida deve ser macio ao toque e amassável entre dois dedos. Para fazer uma comparação conhecida por todos, a consistência deve ser similar à de uma banana ou de uma abobrinha cozida. Focando em uma consistência semi-macia e em um formato fino, é possível evitar facilmente o engasgamento. Ao mesmo tempo, permite que a criança aprenda a mastigar e engolir corretamente.

  2. Prevenção secundária: a prevenção secundária é aquela que destaca a importância, por parte de quem cuida de uma criança, de fazer um curso de desobstrução pediátrica (aqui você pode encontrar o vídeo preparado pela Doutora Pilar Nannini, pediatra).

 É muito importante lembrar que, na maioria dos casos, as situações críticas relacionadas à obstrução pediátrica - que reforço ser fundamental aprender a manejar - ocorrem na faixa etária entre 2 e 4 anos.


Trata-se de um período em que o desmame já foi concluído. 


Para evitar o engasgamento, é fundamental que a criança esteja sempre supervisionada por um adulto. Nunca, jamais deve ser deixada para comer sozinha. 


Além disso, não se deve alimentar o bebê sem o seu consentimento ou colocar pedaços de comida na boca dele para que coma mais. 


Se utilizar a colherzinha, é preciso esperar que seja a criança a pedir que ela seja levada até a boca. 


É essencial também distinguir o momento da refeição do momento lúdico: enquanto se come não se anda, não se brinca, não se corre.


Outra regra imprescindível: durante a refeição, não se olha para telas. Lembro também que nunca se deve alimentar o pequeno enquanto se está no carro em movimento.

A autorregulação no recém-nascido

Outro medo muito comum entre os novos pais que estão avaliando se escolhem ou não o desmame autorregulado é o pensamento de que a criança não consiga se autorregular em relação às quantidades. 


Antes de entrar no cerne dos motivos pelos quais não é o caso de ter esse receio, faço notar que, no primeiro ano de vida do pequeno, o leite materno permanece o alimento principal, capaz de suprir sem problemas o que não se consegue ingerir por meio dos alimentos sólidos.


O desmame clássico permite introduzir porções maiores desde o início, nisso não há dúvidas. 


Há, porém, um motivo: as papinhas, no caso mencionado, têm o objetivo de substituir as mamadas. 


As provas do desmame autorregulado, por outro lado, são um complemento ao leite materno ou fórmula.


No momento em que se oferecem alimentos saudáveis, as preocupações com as quantidades durante o desmame autorregulado não fazem sentido. 


As crianças, de fato, têm uma capacidade de autorregulação maravilhosa, muito mais apurada do que a nossa, adultos.


Não esqueçamos que, à medida que envelhecemos, devido ao estilo de vida incorreto e ao estresse, perdemos a capacidade de ouvir os sinais de fome e saciedade do nosso corpo.


Se o pequeno é alimentado com papinhas, ele tem muita dificuldade em entrar em contato com seu senso de saciedade.


É por isso que os pais devem colocar a confiança em primeiro lugar e estar conscientes de que seu filho é capaz de se autorregular. 

desmame autorregulado

A proposta de refeições completas

O que dizer, então, quando se chama em causa o lugar-comum segundo o qual o desmame autorregulado não garantiria refeições completas


Uma coisa muito simples: é natural que, no começo desse maravilhoso processo, não sejam nada naturais. 


Se a primeira prova consiste na ingestão de um único fusilli ou de um pedaço de brócolis, está ótimo assim. 


Sim, para um adulto um único fusilli é pouco. O pequeno, por outro lado, fez muito.


Vamos parar um momento para refletir e perceber o que significa para ele entrar em contato com um alimento sólido, explorá-lo, manipulá-lo e engoli-lo, talvez experimentando também o reflexo do vômito (sobre o qual falarei detalhadamente no próximo parágrafo). 


Quem acha pouco, pode fazer o paralelo com uma hora de academia para um adulto.


Qualquer adulto fica surpreso ao perceber o quanto, em apenas uma semana, o bebê é capaz de ampliar muito sua janela de sabores.


quando as degustações forem consistentes, formando uma verdadeira refeição, chegará o momento de preocupar-se em fornecer ao pequeno, no prato, a variedade de nutrientes que ele precisará.


O desmame autônomo não é apenas um terreno formativo único para o recém-nascido, mas também uma oportunidade, para mamãe e papai, de refletir sobre a qualidade da própria alimentação


Se ao bebê devem ser oferecidos os mesmos alimentos que os adultos consomem, estes últimos devem ser, descontando os cortes seguros, saudáveis, variados, servidos após preparações simples. 


Fazer perguntas a respeito - e proceder, também com a ajuda de um profissional especializado, à correção de hábitos pouco saudáveis - é uma oportunidade única, uma chance a ser aproveitada para ser protagonista, junto com seu pequeno, de um caminho onde o prazer do sabor e a atenção ao bem-estar caminham lado a lado. 


Se começar com o desmame tradicional pensando em conseguir, assim, não refletir profundamente sobre a abordagem que se tem, como adultos, em relação à alimentação, comete-se um erro grave


O bebê, de fato, não comerá papinhas por muito tempo.


Aos 8/9 meses, será necessário introduzir alimentos sólidos na rotina alimentar.

A diferença entre o Reflexo GAG e o engasgamento

Nas linhas anteriores, mencionei o Reflexo GAG, também conhecido como reflexo faríngeo. Qual a diferença em relação ao engasgamento? 


Os pais que querem se aproximar do mundo do desmame autônomo com o conhecimento adequado não podem deixar de conhecer a resposta a essa pergunta. 


Nos parágrafos que você acabou de ler, você descobriu que, graças aos cuidados certos, é possível não se preocupar com o risco de engasgamento do bebê durante as refeições.


Durante as primeiras degustações, é possível notar, por parte do bebê, pequenos reflexos de vômito. Tudo normal! Trata-se do chamado Reflexo GAG, também conhecido como reflexo faríngeo (bem diferente do engasgamento).


O que é? Por que é importante que exista? O Reflexo GAG é um reflexo, ou seja, uma resposta inata por parte do bebê. 


Ele se manifesta no momento em que um alimento sólido ou semi-sólido chega rápido demais ao fundo da boca


A faringe se fecha e surge o reflexo de vômito mencionado acima. Seu objetivo é evitar que o pedaço de alimento muito grande siga por um caminho errado.


Então é trazido para frente, para obrigar o pequeno a mastigá-lo melhor antes de engolir.


As primeiras vezes que o pequeno prova um alimento sólido ou heterogêneo, é possível notar uma careta, um pequeno reflexo de vômito.


É essencial estar ciente de que raramente é seguido por vômito verdadeiro


O pai ou mãe, instintivamente, pode ficar preocupado, mas como já foi dito, não deve. 


Basta esperar aqueles três - no máximo cinco - segundos para ver a situação se normalizar.


Os motivos pelos quais o adulto que está diante do Reflexo GAG do seu próprio filho em fase de autosdesmame deveria ficar tranquilo são dois:

  • Se foram oferecidos alimentos da consistência correta e com cortes seguros, o risco de sufocamento diminui consideravelmente;

  • a criança vive as emoções dos pais. Se eles a veem agitados e assustados enquanto comem, ela nunca se sentirá segura e encorajada no que é um dos caminhos de descoberta mais importantes e fascinantes da vida.

Um aspecto sobre o qual os especialistas em nutrição infantil e autosdesmame insistem muito é o fato de que o desmame clássico não evita o Reflexo GAG, mas sim o adia.


É preciso também levar em conta que o reflexo faríngeo, importante estratégia que o corpo coloca em prática para ajudar a criança a mastigar bem o alimento, é muito ativo entre 6/7 meses, mas que tende a desaparecer à medida que o pequeno ganha experiência com diferentes alimentos.

As competências psicofísicas para o início do autosdesmame

Como prometido, nos próximos parágrafos falarei detalhadamente sobre os requisitos que o pequeno deve satisfazer para poder começar a alimentação complementar sob demanda.


 Este é um tema muito importante. Compreensivelmente, todos os novos pais que querem se aproximar do autosdesmame fazem perguntas sobre como reconhecer as habilidades que o pequeno deve desenvolver para iniciar o que é um caminho fascinante e cheio de emoções.


As competências necessárias para o início do desmame guiado pelo bebê começam, em média, a se manifestar por volta dos seis meses.


Há bebês que os desenvolvem algumas semanas antes e outros que, ao contrário, chegam a isso algumas semanas depois. 


Cada pequeno tem seu tempo e os adultos devem lembrar que não há pressa.


Após essa introdução, podemos entrar no cerne dos requisitos propriamente ditos. 


Perda do reflexo de extrusão

O reflexo de extrusão é o movimento espontâneo que o lactente faz no momento em que se toca sua boca com um objeto, por exemplo, com uma colher.


Se tentar aproximar um deles do bebê por volta dos 5 meses, notará que o pequeno tira a língua quase como se quisesse rejeitá-lo. 


Nada de estranho: trata-se, de fato, de um movimento que o bebê está acostumado a fazer para pegar melhor o mamilo ou a chupeta da mamadeira.


Se fosse colocado alimento na boca de um lactente, ele espontaneamente o cuspiria, extrudindo a língua.


Isso não significa que ele não goste do alimento. Simplesmente não está pronto para recebê-lo e engoli-lo.


É por isso que, quando se começa com papinhas e papinhas industrializadas aos 4 ou 5 meses, é automático notar, por parte do pequeno, uma grande dificuldade em manejá-las.


Por causa do reflexo de extrusão, ele cuspirá um pouco e o adulto se verá obrigado a recolher a papinha com a colher, colocando-a de volta na boca.


Se esperar-se cerca de seis meses, pode-se perceber que esse reflexo desaparece automaticamente. 


Isso significa que o bebê não só é capaz de levar o alimento à boca, mas também de engoli-lo.

Domínio da pegada palmar

Para dar início ao desmame guiado pelo bebê, é essencial que o pequeno seja capaz de agarrar os alimentos com a palma da mão aberta e levá-los à boca.


Os dedos, com a pegada palmar, são movidos como se fossem um bloco único e os objetos e/ou pedaços de comida são recolhidos pelo pequeno na palma da mão.

Capacidade de sentar-se sem se curvar excessivamente

Atenção: não se deve esperar que, aos 6 meses, o bebê esteja sentado perfeitamente sem apoios.


O pequeno adquire plenamente essa competência quando aprende a engatinhar, ou seja, por volta dos 7 - 8 meses de vida (explico bem no videocurso From Zero to Hero). 


O tônus muscular que o pequeno alcança por volta dos 6 meses de idade permite-lhe, na maioria dos casos, sentar-se sem curvar-se com a ajuda de um suporte. 


Se o desmame começasse em uma criança de 4 meses, posicionando-a reclinada na cadeirinha ou sentada, certamente seria muito mais difícil além de desconfortável e perigoso. 

Interesse pelos alimentos consumidos pelos adultos

O interesse pelos alimentos consumidos pelos cuidadores adultos é outro requisito importante para iniciar o auto-desmame.


A esse respeito, é bom lembrar que, nos casos em que o pequeno, quando está no colo, estende os bracinhos em direção ao prato da mamãe ou do papai, manifesta esse interesse não porque esteja com fome.


Trata-se de um comportamento realizado com o simples, por assim dizer, objetivo de imitar as ações dos cuidadores de referência.


Para chegar a essa situação, é muito importante compartilhar, desde a mais tenra idade dos filhos, os momentos da refeição com eles. 


Desde os primeiros meses de vida, é útil posicioná-los na cadeirinha de modo a permitir que observem os pais comendo e participem, na medida do possível, do momento de compartilhamento (o alimento não é apenas nutrição física, mas também socialização e convivência). 


A partir dos 4 meses, é possível começar com provinhas muito pequenas para aproximar tanto os pais quanto a criança do maravilhoso mundo do auto-desmame. 


O que se entende por “provinhas muito pequenas”? Suja-se um dedo com o molho da massa e aproxima-se da criança, que irá lamber (lambe porque, nessa idade, ainda está presente o reflexo de extrusão).


Dessa forma, ele começará a dar seus primeiros passos no surpreendente caminho de (re)descoberta dos sabores (como tive oportunidade de lembrar em este artigo, ele já os apreciou de alguma forma na barriga da mãe).

desmame autorregulado

Dentinhos e auto-desmame: são necessários?

Não se contam os pais de primeira viagem preocupados por não poderem oferecer alimentos sólidos ao seu pequeno porque o bebê ainda não tem dentes.


A resposta é muito simples: a criança pode mastigar perfeitamente com as gengivas molares.


Não é necessário que os primeiros dentinhos já tenham nascido.


Lembro a esse propósito que os primeiros dentes a aparecer são os incisivos inferiores, que não servem para triturar o alimento.


Os molares surgem por volta dos 16 - 19 meses de vida, quando o bebê já iniciou o desmame há cerca de um ano. 


Portanto, não é preciso se preocupar em oferecer consistências sólidas no desmame autorregulado.


O que importa é que sejam facilmente mastigáveis com as gengivas.


Algum exemplo? A abobrinha cozida e a banana amassada. Polegar para baixo, porém, para a consistência da cenoura crua.

Alergias e desmame autorregulado

No passado, o padrão ouro entre os especialistas em nutrição da primeira infância previa o atraso na introdução dos principais alimentos alergênicos (ovos, peixe, frutas secas).


Essa abordagem era aplicada com a intenção de prevenir as próprias alergias. 


A ciência felizmente avançou e, hoje em dia, sabemos que não existem evidências empíricas que justifiquem as chamadas dietas de eliminação.


Isso vale também para crianças consideradas com risco aumentado de desenvolver alergias (falamos principalmente dos filhos ou irmãos de pessoas alérgicas).


A literatura científica moderna recomenda não atrasar nem evitar a introdução de alimentos alergênicos


Ainda é válido o conselho de proceder com cautela na sua introdução.


Dessa forma, torna-se mais fácil identificar possíveis alergias (especialmente se os pais as tiverem).


Quanto ao glúten, as recomendações da ESPGHAN são muito claras: deve-se evitar tanto a introdução precoce, ou seja, antes dos quatro meses, quanto a tardia, após os sete.


O ótimo prevê o fato de proceder gradualmente, preferencialmente quando o bebê ainda está sendo amamentado.


Esta abordagem reduz o risco de doença celíaca, diabetes mellitus tipo I, alergia ao trigo.

alergias no desmame autorregulado

Desmame autorregulado e microbiota do bebê

Como especificado em este artigo dedicado à alimentação na gravidez, o microbiota do bebê é profundamente influenciado pelo estilo de vida da mãe. 


Posteriormente, entram em jogo fatores como o tipo de parto - vaginal ou cesárea - e a forma como o bebê é alimentado, se no peito ou com leite formulado. 


A pesquisa demonstrou que, no decorrer do primeiro ano de vida do bebê, ocorrem as mudanças mais significativas no microbiota.


A colonização completa das áreas pelos micróbios, porém, se concretiza por volta dos três anos. 


Para que o microbiota do seu filhote seja suportado da maneira correta em seu crescimento, os pais deveriam, na fase de escolha dos alimentos no desmame, considerar a importância e a variedade daqueles de origem vegetal.


Também nos adultos, o fator preditivo da saúde do microbiota intestinal reside na diversidade e na qualidade dos vegetais consumidos.


Os pais têm claramente um papel importantíssimo: cada refeição oferecida à criança durante as várias fases do desmame é, de fato, uma oportunidade extraordinária de desenvolvimento correto para seu microbiota.


A esse respeito, o conselho é evitar ao máximo pesticidas químicos, antibióticos e outras substâncias que alteram o sistema endócrino


Para perceber o quanto o microbiota é importante para a saúde da criança, é útil fazer uma rápida revisão de algumas das funções que ele desempenha. Aqui estão as principais:

  • Apoia a digestão e o metabolismo;

  • ativa o sistema imunológico;

  • sustenta o desenvolvimento do cérebro do recém-nascido.

Focando nesse último aspecto, é útil lembrar que a qualidade do microbiota pode influenciar mais ou menos diretamente ansiedade, humor, sociabilidade


Acabamos de ver que, para a construção do microbiota, os alimentos de origem vegetal não são importantes, são mais que isso. 


Frequentemente, porém, as crianças rejeitam os vegetais. Como um pai ou mãe deve agir nesses casos?

O que fazer para fazer a criança aceitar as tão temidas verduras?


Antes de tudo, é o caso de parar um momento para refletir. Quantas mamães e papais já pensaram que esse comportamento pode ser influenciado justamente pelos adultos que a criança tem ao redor diariamente? 


Os estudos dos últimos anos são muito claros: para favorecer a aceitação de verduras e outros alimentos frequentemente pouco tolerados, é recomendável expor as crianças a esses alimentos através das compras, manipulação, cozinha, brincadeira.


Eles nunca são pequenos demais para começar a se familiarizar com os vegetais. Então, leve-os para a cozinha com você sem medo e divirtam-se juntos!


Além disso, é fundamental ser um modelo quando chega o momento do ato prático de consumo do alimento.


Se a mamãe ou o papai forem os primeiros a franzir o nariz diante de um prato de salada, a criança em seus primeiros contatos com a alimentação diferente do leite imitará esse comportamento. 


A ciência também revelou a centralidade do papai, que é observado muito mais à mesa pelas crianças. 


É essencial ter criatividade e tentar oferecer o mesmo alimento em diferentes texturas e combinações.


A natureza, o que é uma boa notícia, nos ajuda nessa tarefa árdua. De que forma? Através de mecanismos surpreendentes como o da janela dos sabores. Do que se trata?


Como diz a própria expressão, é um período durante o qual é mais fácil que as crianças aceitem sabores diferentes.


Esta janela geralmente abre por volta dos 4 meses e fecha por volta dos 18. O objetivo dos pais? Expor as crianças, nesse intervalo, ao maior número possível de sabores. 


Uma vez fechada a janela dos sabores, o trabalho fica mais difícil. 


Para dar alguns parâmetros numéricos úteis para entender a mudança com que se lida, lembro que uma criança de 4 anos pode levar até 15 degustações para gostar de um determinado alimento. 


Durante o período da janela dos sabores, em vez disso, são necessários de 5 a 10. Uma grande diferença, não é?

Pratos e talheres no desmame auto-dirigido: como escolher os materiais

Para um processo de desmame auto-dirigido marcado pela serenidade e segurança, é fundamental focar não apenas na variedade de sabores e nos cortes e texturas seguros, mas também nos materiais dos pratos e das talheres.


Com este parágrafo, damos um pequeno salto no mundo, extremamente complexo, das substâncias tóxicas e dos interferentes endócrinos.


Infelizmente, os encontramos em uma infinidade de objetos destinados à alimentação dos pequenos. 


Para perceber isso, basta pensar nos numerosos pratos coloridos, mas também nas mamadeiras de plástico.


Cada vez mais estudos ligam o surgimento de patologias como o autismo ou os diagnósticos de transtorno do déficit de atenção à exposição aos interferentes endócrinos. 


Do que se trata quando são mencionados? Neste caso, nos ajuda a definição oficial do Instituto Superior de Saúde. 


Aqui está o que diz:

“Um Interferente Endócrino é uma substância exógena, ou uma mistura, que altera a funcionalidade do sistema endócrino, causando efeitos adversos na saúde de um organismo, ou de sua prole ou de uma (sub)população”.


Neste ponto, é natural perguntar quais pratos e quais talheres comprar para começar da melhor forma o desmame auto-dirigido. 


A boa notícia é que, em alguns casos, é possível começar mesmo sem comprar nada. Se você tem uma cadeira alta com bandeja, pode usar esta última para apresentar as degustações ao seu bebê.


Sendo também o espaço da bandeja maior que o do prato padrão, o pequeno tem a oportunidade de ter uma experiência tátil mais completa e se divertir mais.


Se, por outro lado, a cadeirinha não tem bandeja, no início do desmame é importante comprar pratos.


Como já dito, é bom evitar pratos coloridos de plástico.


Pode-se focar em aqueles de silicone ou em pratos de bambu. No mercado existem pratos com vários compartimentos, que podem ser usados para dividir os alimentos conforme os nutrientes.


Em este vídeo, a Doutora Federica Dell’Oro explica claramente as proporções que devem existir entre carboidratos, fontes proteicas e alimentos que fornecem fibras. 


Para todos os alimentos, obviamente está implícita a indicação da apresentação após um corte seguro e a escolha da consistência correta (os vegetais, por exemplo, é fundamental que sejam macios).


O que dizer, então, sobre os talheres? Que, apesar do desmame autônomo prever que a criança brinque manipulando os alimentos, existem diversos alimentos com os quais essa abordagem não é possível (ex. arroz).


Como agir nessas situações? Neste caso, pode-se usar colheres.


Atenção: não se deve alimentar a criança. O cuidador deve simplesmente pré-carregar o talher mencionado e ajudar o pequeno a levá-lo à boca.


Que tipo de colheres escolher? As de silicone, que são muito macias, são ótimas.


Um conselho tão simples quanto útil para ajudar seu filhote a se familiarizar com esses talheres é oferecê-los já antes de estar pronto para o desmame.


De que maneira? Claramente com uma abordagem lúdica e incluindo-os na rotina diária de brincadeiras.


Quanto ao garfo, que a criança usa depois de já ter desenvolvido certa confiança com os alimentos, é importante que os dentes sejam de aço (com materiais diferentes, seria muito difícil espetar os alimentos de forma eficaz).


E o copo? No início do desmame autônomo, sendo a maior parte da alimentação do pequeno ainda composta por leite materno ou fórmula, a água não é necessária. 


Muito útil, porém, é ajudar o pequeno a se familiarizar com o copo. Neste caso, um de silicone é ótimo.


 Como alternativa, pode-se usar uma xícara de tamanho pequeno com alças que possam ser seguradas pelo pequeno.


E quando estiver fora de casa? Uma garrafa térmica, melhor se com a tampa que se transforma em copo.

desmame autorregulado

Desmame autônomo vegetariano: é possível?

É possível iniciar um percurso de desmame autônomo vegetariano para o seu pequeno? 


Para responder a essa pergunta, é necessário fazer uma precisão: mais do que alimentação vegetariana, deveria-se falar de dieta lacto-ovo-vegetariana. 


Segundo a American Academy of Nutrition and Dietetics e a Sociedade Italiana de Nutrição Humana, a resposta à pergunta mencionada acima é afirmativa. 


O desmame autônomo vegetariano é possível. 


O que importa é que a alimentação seja equilibrada e que se proceda à integração da vitamina B12 (cianocobalamina), fundamental para a divisão celular e para a eficiência do sistema nervoso.


Como funciona o desmame autônomo vegetariano


Começo lembrando que, assim como no caso do onívoro, todos os grupos alimentares devem estar presentes. Espaço, portanto, para carboidratos, lipídios, proteínas e (poucas) fibras.


Carnes e peixes podem ser tranquilamente substituídos por leguminosas, ovos, queijos. Com que frequência? Aqui está um esquema que recomendo que você sempre tenha com você:

  • Ovos: duas vezes por semana;

  • queijos: duas vezes por semana;

  • leguminosas: dez vezes por semana.

Quanto às gorduras, lembramos a importância de ser generoso nas quantidades de óleo cru.


O motivo está relacionado ao fato de que as leguminosas, em comparação com carne e peixe, têm uma quantidade menor de lipídios. 


Além do azeite extra virgem, é possível usar óleo de linhaça, rico em ômega 3. 


Assim como quando se fala do desmame autônomo onívoro, também no caso do vegetariano é adequado moderar a ingestão de fibras.

 

Como a dieta lacto-ovo-vegetariana é particularmente rica nesses nutrientes, é muito importante oferecer ao seu filhote apenas cereais refinados e leguminosas descascadas ou passadas. 


Entre as leguminosas, é possível incluir também derivados da soja, principalmente tofu e tempeh. É fundamental comprá-los naturais e cozinhá-los de forma simples. 


Em geral, é bom evitar alimentos processados como frios veganos, seitan, hambúrgueres ou costeletas já prontas.

Dicas para um desmame autoinduzido vegano simples e saudável

O que se pode dizer, então, sobre o desmame autoinduzido vegano?


Antes de tudo, que, como muitos sabem, baseia-se na exclusão total de qualquer alimento de origem animal, incluindo ovos e laticínios. 


Neste contexto, a fonte proteica é sempre representada pelas leguminosas.


A alimentação vegana, se não for corretamente balanceada, pode levar a deficiências de ferro, cálcio, zinco, DHA, vitamina B12. 


À luz disso, é recomendável oferecer alguns alimentos com maior frequência do que outros.


No caso do ferro, é importante destacar que o presente nos alimentos de origem vegetal está em uma forma pouco biodisponível. 


Trata-se do chamado ferro não heme (ou não hemínico).


Fala-se precisamente de uma forma de ferro ligada a proteínas de armazenamento, entre as quais se inclui a ferritina. 


Para aumentar sua biodisponibilidade, é fundamental combinar a ingestão dos alimentos que o contêm com fontes de vitamina C (mexericas, laranjas, suco de limão etc.). 


E quanto ao cálcio? Que o podemos encontrar em abundância nas verduras de folhas verdes, especialmente na rúcula e na couve crespa. 


Entre as principais fontes vegetais podemos encontrar também as verduras pertencentes à família das Brassicaceae (couve-nabo, repolho, couve-flor, couve preta etc.).


Não se deve esquecer também as sementes oleaginosas, especialmente as de gergelim, mas também as frutas secas, em particular as amêndoas. 


O cálcio também pode ser encontrado em algumas leguminosas, grão-de-bico e feijão cannellini em primeiro lugar.


Quais são, então, os alimentos a incluir para garantir, durante o desmame autoinduzido vegano, uma ingestão adequada de zinco para o seu pequeno?


Leguminosas, sementes de abóbora, levedura nutricional, só para citar alguns. 


Este último pode ser usado no lugar do parmesão para temperar os primeiros pratos oferecidos à criança.


Como proceder com os ômega 3? O óleo de linhaça é rico neles. 


Seu uso esporádico, porém, não permite cobrir a necessidade diária durante o desmame autoinduzido vegano. 


Por esse motivo, é recomendável uma suplementação de DHA de 100 mg por dia. 


Quanto à vitamina B12, lembramos que ela se encontra apenas em alimentos de origem animal.


A ciência, no entanto, hipotetizou a presença de seus precursores em alguns alimentos de origem vegetal.


As quantidades, porém, não são suficientes para o desenvolvimento neuro e psicomotor da criança.


À luz disso, a suplementação é necessária.


Dos 6 meses aos 4 anos a dosagem é de 5 mcg por dia.


Dos 4 aos 10 anos, por outro lado, a quantidade diária quintuplica.


A partir dos 10 anos, deve-se considerar uma dosagem de 50 mcg (sim, a suplementação é obrigatória também para adultos que seguem uma alimentação vegana).

desmame autorregulado

Quando termina o desmame autoinduzido?

Fazer perguntas sobre quando começa o desmame autoinduzido é comum. 


Nem sempre, porém, se pergunta quando termina.


Quando a criança tem cerca de dois anos. Com o surgimento dos molares, os pais podem respirar aliviados: a criança, de fato, é capaz de triturar até os alimentos mais duros. 


Atenção: isso não significa que seja possível deixar em segundo plano as formas de oferecer o alimento. 


Exatamente nessa faixa etária, quando o adulto baixa a guarda, aumentam os episódios de engasgamento.


Quando se especifica que o desmame

termina por volta dos dois anos, entende-se que, por volta dessa idade, a criança terá todos os instrumentos físicos para lidar com qualquer consistência, até as mais difíceis.


Muito provavelmente, não terá a devida atenção para mastigar os alimentos com paciência.


Trata-se, de fato, de um período da vida em que a criança tende a reduzir o tempo dedicado ao consumo de alimentos para se dedicar a outras atividades. 


Até os 4 - 5 anos, quando se oferecem alimentos duros como frutas secas, é importante ter muito cuidado, lembrando a criança de mastigar cuidadosamente.


Uma precaução prática prevê evitar oferecer os alimentos mencionados em situações de alto risco de distração, por exemplo, no parquinho com os amigos ou durante uma festa.

Os aspectos práticos do desmame autoinduzido

Até agora, o foco do artigo foi mais teórico. 


Neste ponto do guia, chegou a hora de abrir o parêntese prático, o mais importante


Nas próximas linhas, aprofundaremos temas como as texturas dos alimentos, os cortes seguros, os alimentos proibidos no método de desmame guiado.


Depois de terminar a leitura, convido você a descobrir também os exemplos de cardápios, esquemas equilibrados tanto para o pequeno quanto para os pais, que a Doutora Federica Dell’Oro propõe no videocurso.

desmame autorregulado

Como escolher a cadeirinha

O que é necessário para começar o método de desmame guiado? Esta é uma pergunta que todos os novos pais fazem quando o pequeno começa a ter 2-3 meses. 


O mais importante para iniciar a maravilhosa jornada de descoberta da alimentação complementar é uma cadeirinha adequada. Aqui estão as características que ela deve ter:

  • Encosto rigorosamente vertical e não reclinado (assim, o pequeno fica bem ereto e não semi-deitado, aspecto fundamental para prevenir o risco de sufocamento);
  • presença de um apoio para os pés com altura ajustável, para permitir que os pés da criança, dependendo do comprimento das suas perninhas, fiquem totalmente apoiados. Este é um detalhe essencial para permitir que os joelhos e os quadris permaneçam flexionados a 90°;
  • presença de um cinto de contenção frontal.

Quanto à bandeja, a escolha fica a critério dos pais. 


Há quem escolha uma cadeirinha que já tenha a bandeja e quem prefira soluções facilmente ajustáveis em altura para permitir que a criança alcance sem problemas a superfície da mesa.


Se optar por uma cadeirinha com bandeja integrada, é importante que esta chegue à altura dos cotovelos do pequeno. 


Nos casos em que a cadeirinha não tem bandeja, é obrigatório, desde as primeiras degustações, o uso do prato. Como mencionado nos parágrafos anteriores, o ideal é o uso de pratos de silicone ou bambu. 


Agora vamos abrir o parêntese dos talheres. Eles precisam ser usados obrigatoriamente no método de desmame guiado? 


Não. Tudo depende do tipo de alimento que é oferecido à criança. 


A melhor solução é o uso de colheres pré-spoon e talheres de silicone. Após os primeiros meses do desmame guiado, pode-se passar para talheres de aço.


Uso dos talheres no método de desmame guiado

Parar para refletir sobre o uso dos talheres no método de desmame guiado é, na minha opinião, importante, pois, nos últimos anos, várias contribuições sobre o tema criticaram fortemente seu uso durante a alimentação complementar.


Aqui está o motivo pelo qual, tanto aqui quanto no curso específico sobre o método de desmame guiado pela Doutora Federica Dell’Oro, há um capítulo dedicado.


Por que o uso dos talheres no desmame autorregulado é frequentemente criticado?


Porque, em alguns casos, é associado à prática de alimentar a criança com a colher. 


Quando se inicia o desmame tradicional, a criança é alimentada passivamente pelo adulto e não tem tempo para entender nem o que, nem quanto está comendo. 


Essa abordagem obviamente não é adequada. A criança, de fato, deve ser o sujeito ativo no desmame autorregulado e ter a possibilidade de experimentar e manipular.


O conselho é não demonizar os talheres no desmame autorregulado, mas usá-los de maneira inteligente. 


Nos casos em que o prato oferecido ao pequeno é composto por alimentos sólidos fáceis de pegar - um exemplo útil a ser citado é o espaguete ao molho - pode-se dispensar tranquilamente os talheres. 


Nas situações em que, ao contrário, o prato é composto por arroz vermelho com lentilhas e abobrinhas, pode ser útil recorrer aos talheres. 


O que importa é sempre deixar a criança com a possibilidade de manipular a comida e levá-la à boca. 


O adulto, por sua vez, pode carregar previamente a colher com o alimento oferecido ao pequeno - o arroz vermelho no exemplo citado acima - mostrar para seu filhote, colocar no prato e esperar que ele manifeste vontade de comer.


Ela pode manifestar esse desejo tanto segurando a colher quanto segurando o pulso do adulto. 


O quadro recém traçado permite entender facilmente que, mesmo que sejam usados talheres, a criança continua sendo a protagonista principal da refeição, um sujeito ativo. Ela decide o que, se, quando e quanto comer. 


Se notar que a criança está particularmente atraída pelos talheres, é possível comprar mais. Assim, enquanto ela saboreia e lambe o que foi previamente carregado, o adulto tem a possibilidade, sem pressa, de preparar outro.


Durante o desmame autorregulado, pode-se usar não só a colher, mas também a garfinha, útil para espetar a massa ou enrolar o espaguete. Também neste caso, a escolha de usar ou não fica a critério de cada pessoa.


Nos casos em que é o pai ou a mãe que ajuda a criança com os talheres, é útil comprar, desde o início, aqueles de aço com cabo de plástico. 


Por quê? Tanto por causa do problema, mencionado anteriormente, dos interferentes endócrinos, quanto porque, no momento em que a criança começar a usar o garfo sozinha, será mais fácil para ela espetar os alimentos.

desmame autorregulado

Como montar um prato saudável

Mais de uma vez, ao falar sobre alimentação complementar nestes espaços, foi reafirmado que o pressuposto para um desmame autorregulado saudável é uma alimentação saudável para toda a família.


Dessa forma, os mesmos alimentos - obviamente com proporções e cortes diferentes - poderão ser facilmente oferecidos tanto à criança quanto aos pais.


Por isso é fundamental saber como é composto um prato saudável. Quais são as características que o prato do adulto deve ter?


  • 50% de vegetais, ou seja, frutas e verduras;
  • 30% de carboidratos complexos, ou seja, cereais (trigo duro, trigo sarraceno, arroz etc.);
  • 20% de proteínas (carne, peixe, leguminosas, queijos).

A esses nutrientes devem ser adicionadas as gorduras boas, provenientes de óleo, frutas oleaginosas, sementes oleaginosas. O prato saudável da criança no desmame guiado é composto pelos mesmos alimentos citados anteriormente, mas em proporções diferentes. Aqui estão todos os detalhes:


  • 25% do prato composto por vegetais;
  • 25% de proteínas;
  • 50% de carboidratos complexos.

Também neste caso, é preciso considerar o aporte de gorduras boas (as fontes citadas anteriormente são ótimas).


Uma criança que descobre o maravilhoso mundo da alimentação complementar sob demanda tem, em comparação ao adulto, maior necessidade de gorduras e menor necessidade de fibras.


Os lipídios mencionados acima, de fato, são fundamentais para o desenvolvimento


Não é por acaso que cerca de metade do aporte calórico do leite materno vem das gorduras. Portanto, o pai ou mãe não deve ter absolutamente medo de colocar uma boa colherada de óleo no prato do seu filhote. 


Ao contrário, é preciso ter cuidado com as fibras. Esses nutrientes saciam muito, mas não fornecem calorias. 


Devem ser sempre oferecidas, pois assim a criança se acostuma a comer verduras desde a mais tenra idade, mas sem exagerar nas quantidades. 


Podem ser usadas, por exemplo, como molho para um prato principal, ou como petiscos finger food.


Um excesso de fibras pode limitar o crescimento da criança e comprometer a absorção de micronutrientes como o ferro. 


No início, para ajudar, pode-se recorrer a pratos - lembre-se do material adequado - já divididos em três partes. A maior deve ser preenchida com a fonte de carboidratos. As menores, por sua vez, com fibras e proteínas.


Esclarecidas as características de um prato saudável tanto para a criança no desmame guiado quanto para os pais, chega o momento de focar nos detalhes da gestão específica dos macronutrientes.


Continue lendo nas próximas linhas para descobrir quais carboidratos escolher no desmame guiado, quais proteínas e gorduras e os melhores vegetais para oferecer ao seu pequeno.

Quais carboidratos escolher no desmame guiado?

Os carboidratos devem constituir a parte preponderante do aporte energético no desmame guiado.


Na Itália, somos muito apegados ao consumo de trigo - para perceber isso, basta pensar na popularidade do pão e da pizza - mas não devemos esquecer a existência de uma imensa variedade de cereais e pseudocereais que podem e devem ser oferecidos aos pequenos que dão os primeiros passos nesse extraordinário percurso que é a descoberta da alimentação complementar.


Trigo, arroz, milho, cevada, painço, teff, aveia, trigo sarraceno, quinoa, amaranto: aqui estão algumas das muitas alternativas que podem ser consideradas quando se abre o capítulo das fontes de carboidratos no desmame guiado.


A palavra de ordem é sempre “variar”! Obviamente, as texturas devem ser adequadas para a criança. O conselho é cozinhar os alimentos um pouco mais e garantir que tenham uma forma segura para evitar engasgos.


As combinações que podem ser consideradas são diversas. 


Pode-se, por exemplo, usar flocos de aveia para preparar mingau, ou recorrer à quinoa e ao painço estourados para colocar no iogurte e oferecer no café da manhã ou no lanche.


E quanto ao risoto com cereais menores, como por exemplo o painço? É uma ideia fantástica! Também espelta e cevada se prestam muito bem para serem usados em risotos. 


O único contra é que, para uma criança que está começando a alimentação complementar, podem não ser fáceis de mastigar.


Quando chega o inverno, o percurso do desmame guiado pode ser tornado agradável graças à apresentação na mesa de sopas e cremes com a adição de sorgo e quinoa, sem esquecer o painço (um mix desses cereais também é ótimo). 


Não nos esqueçamos da polenta, que para muitas famílias do Norte da Itália é o prato símbolo do domingo.


Nos meses quentes do ano, podem ser oferecidas saladas coloridas de cevada, espelta, arroz. Também são deliciosos os panquecas e as piadinas, preparadas talvez com farinhas alternativas.


Como agir nos casos em que se tem pouco tempo e, por isso, opta-se pela preparação de uma massa? Levando em conta a importância de alternar o trigo com cereais como trigo sarraceno, aveia e centeio.


Antes de entrar no cerne das dicas sobre as melhores proteínas para escolher no desmame guiado, lembro que, quando se fala de batatas, estamos diante de uma excelente fonte de carboidratos. 


À luz disso, quando se oferece ao seu filho, é necessário considerá-los da mesma forma que os cereais e não como vegetais.

carboidratos no desmame guiado

Quais proteínas escolher no desmame guiado?

Como mencionado pouco antes, vamos agora falar das melhores proteínas para incluir na rotina alimentar da criança no método de desmame guiado. 


Parte fundamental do prato balanceado, os alimentos ricos nesses nutrientes podem ser de origem tanto animal quanto vegetal. O desmame tradicional prevê o uso de papinhas de carne com parmesão na maioria das refeições.


A pirâmide da Sociedade Italiana de Pediatria, porém, é muito diferente. 


O que diz? Em primeiro lugar propõe o consumo de carne no máximo três vezes por semana.


O peixe, por sua vez, deveria ser servido 3 - 4 vezes por semana, enquanto os ovos apenas uma vez. 


Para os queijos, a frequência ideal é de duas vezes por semana. As leguminosas deveriam ser consumidas 4 - 5 vezes por semana.


Uma observação necessária: na lista de queijos, deve-se considerar também o parmesão usado nas várias preparações ou polvilhado no primeiro prato.


Massa ao molho com uma pitada de parmesão ou massa ao pesto - seja tradicional ou de vegetais - representam um prato único. 


De um lado lidamos com carboidratos. Do outro, com as proteínas do parmesão. Seria redundante adicionar uma fonte adicional desses nutrientes (o segundo prato).


Fundamental a esse respeito é destacar que, no que diz respeito ao consumo de carne, existe um limite máximo a não ser ultrapassado. 


Isso significa que pode ser consumida tranquilamente com uma frequência menor do que a mencionada nas linhas anteriores. Pode ser substituída por leguminosas que, potencialmente, podem ser consumidas em todas as refeições.


Esclarecida essa premissa necessária, podemos entrar no cerne dos conselhos específicos para oferecer proteínas no autosdesmame conciliando sabor e segurança. 


Comecemos pela carne, ressaltando a importância de preferir carnes brancas e, em todo caso, cortes magros. É melhor, de fato, usar bastante óleo para temperar do que gorduras saturadas.


O que dizer, então, do peixe? Que se deve optar por aqueles de pequeno ou médio porte, cozinhando-os no vapor, na frigideira ou no forno. 


Peixes de grande porte, em primeiro lugar atum e peixe-espada, deveriam ser evitados no autosdesmame devido ao alto teor de mercúrio. 


Limitar - não evitar - o consumo de peixes de fundo como platija ou linguado.


Os ovos merecem um parêntese à parte. Falamos, de fato, de um alimento que, até alguns anos atrás, era introduzido após o primeiro ano por ser considerado um alimento energizante. 


Esse falso mito já foi desmontado pela ciência. 


Hoje, de fato, os ovos são oferecidos sem problemas no autosdesmame. Essencial, porém, é focar naquelese biológicos, de galinhas criadas ao ar livre e bem cozidos.


Queijos: como gerenciar sua oferta ao pequeno que vive o mágico percurso da alimentação complementar? 


Primeiro prestando atenção às frequências e quantidades. Eles são, de fato, ricos em sal - haverá um parágrafo separado sobre sua presença no desmame guiado - e em gorduras saturadas. 


Para dar alguns parâmetros sobre as doses, lembramos que duas colheres de chá de parmesão ralado são mais que suficientes para satisfazer a necessidade proteica de uma criança em desmame guiado.


Quanto a outra preciosa fonte de proteínas, ou seja, os leguminosas, o conselho é proceder, até o ano de vida, com a oferta exclusiva daqueles descascados ou passados


Os primeiros são facilmente encontrados no comércio e nada mais são do que os leguminosas dos quais a casca já foi removida.


O que se entende, então, pela expressão “leguminosas passadas”? 


São chamados em causa os leguminosas sobre os quais foi usado o passador de vegetais, o instrumento usado para preparar o molho de tomate caseiro. 


Neste ponto, você deve estar se perguntando por que não basta triturá-los. 


Por um motivo muito simples: a casca, mesmo que seja triturada, é ainda ingerida pelo pequeno.


Por que a casca dos leguminosas deve ser eliminada? Boa pergunta, considerando as recomendações recém listadas.


 A necessidade de eliminá-la no desmame guiado está ligada ao seu conteúdo de uma quantidade de fibra muito alta para um filhote que está em seus primeiros contatos com a alimentação complementar. 


Também não se deve esquecer a presença de antinutrientes (ou fatores antinutricionais). Do que se trata? 


De substâncias presentes em muitos alimentos de origem vegetal, conhecidas por sua capacidade de interferir na absorção de cálcio, ferro e zinco.


A partir do ano, pode-se começar a propor ervilhas e lentilhas inteiras, mas sempre sem casca, pois são mais macias que os outros leguminosas.


Com a dentição completa, ou seja, por volta dos dois anos e meio, é possível começar a oferecer os leguminosas inteiros. 


Uma vez que a criança completou um ano, na ausência de problemas de crescimento ponderal e se não estiver fazendo desmame vegetariano, pode-se começar a oferecer os leguminosas triturados e amassados com a casca, embora com frequência reduzida.


Os leguminosas também podem ser encontrados no comércio na forma de farinhas, massas ou cuscuz. 


Isso os torna ainda mais fáceis e versáteis quando se fala em uso na cozinha durante a preparação de receitas para o desmame guiado.


Não se deve esquecer, porém, que se trata sempre de um prato principal.


Nos casos em que, por exemplo, se oferece ao próprio bebê uma saborosa massa de leguminosas ou um cuscuz, é preciso considerar a necessidade de levar à mesa uma fonte de carboidratos ou cereais.


As modalidades a considerar a respeito desta última indicação são diversas. 


Pode-se, por exemplo, levar à mesa um pouco de pão ou batatas


Uma alternativa criativa e deliciosa consiste em misturar à massa de leguminosas um pouco de massa de trigo ou de outro cereal.


Outro exemplo prático diante do qual seu pequeno vai lamber os beiços? Massa de leguminosas com pesto de abobrinha - sem parmesão, pois já há uma fonte proteica - e batata em cubos (é uma variante fantástica da massa ao pesto da Ligúria).


Outra ideia especial? Mix de cuscuz de trigo e cuscuz de leguminosas temperado com caponata de legumes.


Quando se fala de proteínas no autosdesmame, uma pequena - e importante - pausa deve ser dedicada à soja e seus derivados, ou seja, tofu e tempeh.


Podem ser oferecidos ao bebê que está dando seus primeiros passos com a alimentação complementar? Absolutamente sim! 


Fundamental, porém, é que sejam oferecidos naturais


Para esclarecer, não categórico a produtos como hambúrgueres e coxinhas já prontas. São, de fato, alimentos que, embora vegetarianos, são processados.

A gestão das gorduras no autosdesmame

Agora nos detemos em um aspecto de grande importância para um autosdesmame equilibrado e com sabor


Neste parágrafo, falarei sobre a gestão das gorduras. Como especificado várias vezes ao longo do guia, as crianças pequenas têm, em comparação com os adultos, uma maior necessidade de gorduras ou lipídios. 


Exatamente por isso, a maior parte do aporte calórico do leite materno é constituída por esses nutrientes.


Isso significa que, ao completar seis meses, as gorduras não podem ser absolutamente negligenciadas na composição dos pratos para o autosdesmame. 


Uma vez incluídos todos os nutrientes necessários para a composição de um prato equilibrado, basta adicionar uma colher de chá de azeite extra virgem cru.


O azeite extra virgem é certamente uma boa fonte de gorduras - fantástico também para os pratos de mamãe e papai - mas não é certamente a única.


Quais são os outros? As azeitonas - cortadas obviamente com segurança - as frutas secas, as sementes oleaginosas, que podem ser oferecidas em creme no pão, misturadas com iogurte ou em um pesto de legumes.


Como não mencionar então o salmão selvagem ou o abacate? Para o fruto em questão, é mais uma vez necessário chamar em causa o papel dos cortes seguros. Como alternativa, pode ser servido à mesa depois de amassado com o garfo.

gorduras no autosdesmame

A escolha dos vegetais

Nos parágrafos anteriores deste guia, destaquei várias vezes que nunca é cedo demais para iniciar seu bebê no consumo de verduras e legumes.


Como no caso de outros alimentos, também quando se fala da escolha dos vegetais no desmame autônomo é necessário um foco específico.


Frutas e verduras no desmame autônomo devem ser da estação e, se possível, de km 0. 


Em comparação com os alimentos orgânicos encontrados nos pontos de venda da grande distribuição, têm um preço mais acessível.


Isso se deve principalmente aos baixos custos de transporte e distribuição, mas também à ausência de intermediários comerciais e à baixa margem do vendedor. 


Frequentemente, de fato, este último é o agricultor ou o criador.


A ausência de transporte é garantia, quase sempre, de maior frescor dos produtos. 


Na prática, isso significa oferecer esporadicamente alimentos como manga e banana e valorizar a produção local da região onde se vive, recuperando a ligação com o território.


Como especificado várias vezes no âmbito do guia que você está lendo, no desmame autônomo é importante não exagerar na oferta de verduras. O motivo, reitero, é a riqueza em fibras.


Também não se deve esquecer a baixa contribuição calórica. 


Se a verdura for oferecida em pedacinhos, não há motivo para preocupação. Mastigar, de fato, é muito cansativo. 


À luz disso, não há risco de a criança ingerir uma quantidade excessiva.


Um pouco mais de atenção é necessária com pratos únicos ou em pratos onde o vegetal é completamente triturado (é o caso, por exemplo, dos cremes).


Quanto à fruta, lembro antes de tudo que ela representa a base para um ótimo lanche. 


Ninguém proíbe, porém, oferecê-la durante e ao final das refeições principais. Na verdade, às vezes é recomendado. 


Um caso exemplar é o dos alimentos ricos em ferro não heme, ideais no desmame autônomo vegano ou vegetariano. Para assimilar melhor esse nutriente, é recomendável associar sua ingestão a fontes de vitamina C. Portanto, espaço para kiwi em fatias ou tangerinas.


É fundamental destacar que a fruta sozinha não pode ser considerada um lanche


Deve ser acompanhada da amamentação ou de alimentos com maior densidade calórica. Alguns exemplos? Cremes 100% de frutas secas, iogurte natural, panquecas ou mingau.

Consistência dos alimentos e cortes seguros: aqui está o que você precisa saber

Neste guia, mencionei várias vezes as consistências e os cortes seguros no desmame guiado. 


Como proceder? Para responder a essa pergunta, é preciso antes de tudo destacar que aos seis meses, sem dentes, o bebê não é capaz de triturar os alimentos, mas apenas de desmanchá-los com as gengivas.


Por esse motivo, todos os alimentos oferecidos devem ter uma consistência macia. 


Como saber se é adequado? Pode-se fazer um teste esmagando o alimento que se pretende oferecer ao bebê entre o polegar e o indicador.


Se o alimento se desmancha, significa que é adequado para o desmame guiado. Se se quebra em duas ou mais partes, é melhor evitar oferecê-lo ao bebê.


Uma vez confirmada a adequação da consistência, é necessário aprender a cortar corretamente o alimento. 


Os macios podem ser oferecidos também em pedaços maiores, pois se desmancham dentro da boca. 


Para os mais duros, é importante concentrar-se na criação de pedaços finos.


Para colocar em primeiro plano a máxima cautela, pode-se cortar também os alimentos mais macios de forma segura, ou seja, em palitos finos, mais ou menos do tamanho do dedo indicador de uma mão feminina.


Os alimentos de forma arredondada, como por exemplo os tomatinhos e as azeitonas, devem ser cortados em quatro pedaços (para as imagens específicas, remeto, como sempre, ao videocurso de desmame guiado da Doutora Federica Dell’Oro, onde há um atlas completo dos cortes seguros).


Neste caso, é necessário que o adulto ajude o bebê a levar os vários pedaços à boca com a ajuda dos talheres.


Após a devida introdução inicial, chegou a hora de focar nas várias categorias alimentares, para entender bem quais são os cortes seguros e as consistências certas para o desmame guiado.

cortes seguros no desmame guiado

Carboidratos: consistências e cortes seguros

Quando se fala de consistências e cortes seguros relativos aos carboidratos, é importante destacar antes de tudo que não é necessário comprar massinha. 


Por quê? Porque tende, na maioria dos casos, a escorregar diretamente para a garganta, não dando chance ao bebê de praticar a mastigação.


Fusilli, penne, gravatas, espaguete e tagliatelle, têm uma forma segura e adequada para o desmame guiado. A maioria dos outros cereais ou pseudocereais se presta perfeitamente ao manejo dos cortes seguros.


Para perceber isso, basta pensar no arroz, na quinoa, no painço, no sorgo, no farro e na cevada. 


São todos cereais em grão que, uma vez cozidos, são perfeitos para ajudar o bebê a mastigar e nunca poderão engasgá-lo.


Farro e cevada, devido ao seu tamanho e consistência, podem ser um pouco mais difíceis de mastigar. 


São perfeitamente seguros, mas é melhor oferecê-los após algumas semanas de “treinamento”.


Os nhoques, uma massa típica da tradição italiana, são redondos e borrachudos.


Por isso, no auto-desmame é melhor não oferecê-los. Pode-se optar pelos spätzle, nhoques de forma irregular e alongada típicos do Trentino


É fundamental não os tempere com queijos que possam torná-los pegajosos.


E quanto aos raviolis e tortellinis? Podem ser oferecidos inteiros, desde que sejam macios. 


Se o recheio parecer muito duro, é melhor cortá-lo em pedacinhos. Nesse caso, é necessário ajudar as crianças com os talheres.


Uma menção obrigatória também deve ser feita ao pão


O que é adequado para o auto-desmame deve ser quebradiço, facilmente fragmentável.


É fundamental evitar oferecer pão borrachudo ou com muita miolo. Para deixá-lo mais crocante, pode-se tostar.


Pode ser oferecida tanto inteira quanto cortada em palitos (sempre do tamanho do dedo indicador de uma mão feminina).


Pode-se oferecer a piadina no método de auto-desmame? Absolutamente sim! Pode ser oferecida tanto em fatias grandes quanto em tirinhas, melhor se não muito grandes para que a criança possa pegar facilmente. O mesmo vale para as panquecas.


A pizza, por outro lado, deve ser fina, cortada em tirinhas e sem mussarela. 


Esse queijo, de fato, após o cozimento fica derretido e representa um alimento potencialmente perigoso para engasgamento.


O que fazer caso a pizza esteja muito grossa? Nesses momentos, pode-se cortá-la em pedacinhos.


Quanto a outro alimento símbolo da cozinha italiana, ou seja, a polenta, lembramos que pode ser oferecida semilíquida com a colher ou sólida depois de cortada em tirinhas.

Alimentos proteicos: formatos, texturas e cortes seguros

Agora passamos às fontes proteicas, começando a ilustrar tudo o que é preciso saber sobre as texturas e os cortes seguros em relação à carne. Caracterizada por uma textura fibrosa, é difícil de mastigar e, por isso, representa um dos alimentos com maior risco de engasgamento.


Deve ser oferecida picada ou desfiada, rigorosamente bem cozida. O formato de tirinha, mencionado várias vezes nos parágrafos anteriores, não pode ser considerado de forma alguma.


Entrando nas formas de oferecer carne no desmame autoinduzido, lembramos que o formato de molho à bolonhesa é ótimo. E as almôndegas mistas de carne moída e legumes? São uma ótima ideia porque os legumes deixam a carne mais macia. Atenção! As almôndegas tradicionais também são boas. Basta que sejam macias e capazes de se dissolver na boca. É essencial dar a elas uma forma alongada, parecida com a de um palito. Assim, facilita-se o agarre.


Vamos agora ao peixe. Seu filé é tão macio que se desmancha tanto na boca quanto na mão. Por isso, é perfeito para ser consumido assim mesmo. Pode ser usado sem problemas também para preparar molhos para pratos principais.


Quanto aos moluscos e aos crustáceos, é importante destacar sua textura particular. Para mastigá-los, de fato, são necessários os molares. Se quiser oferecê-los mesmo assim durante o desmame autoinduzido, é necessário picá-los muito finamente ou triturá-los.


Atenção aos amêijoas e principalmente aos mexilhões. Esses moluscos, de fato, são conhecidos como “filtros do mar”, motivo pelo qual podem conter substâncias poluentes ou organismos patogênicos.


Falemos agora dos ovos. Quando se trata das formas de oferecer esse alimento no desmame autoinduzido, abre-se um capítulo marcado pela versatilidade. Podem ser servidos cozidos e cortados em tirinhas, mexidos ou em omelete, talvez com legumes, e sempre cortados em tirinhas.


O que dizer dos queijos? Que os curados, como por exemplo o parmesão ou o grana padano, podem ser oferecidos em lascas. Os queijos frescos - como robiola, ricota ou queijo de cabra - podem ser adicionados ao molho de um prato principal, mas também espalhados no pão. A mozzarella, por sua vez, deve ser oferecida em pedacinhos ou fatias finas. Nunca a aqueça pois, como já mencionado ao falar da pizza, ela ficaria excessivamente borrachuda, expondo a criança a um alto risco de engasgamento.


Os queijos de consistência borrachuda, como por exemplo o gruyère ou a fontina, não são muito indicados para o desmame autoinduzido. Se realmente quiser fazer seu bebê experimentá-los, é melhor oferecê-los em tirinhas bem finas.


Sobre as leguminosas, remeto ao que foi dito anteriormente, ou seja, que devem ser descascadas. No seu curso sobre auto-desmame, a Doutora Federica Dell’Oro mostra claramente como tirar a casca de várias leguminosas, incluindo o grão-de-bico (spoiler: é muito simples).


Como quase todas as leguminosas têm formato arredondado, é melhor amassá-las com um garfo. As leguminosas pequenas, como lentilhas, feijão azuki e ervilhas, não apresentam risco de engasgamento. No início, porém, devem ser oferecidas descascadas ou depois de passadas pelo espremedor de vegetais, obtendo-se assim um purê.


As leguminosas inteiras, ou seja, com casca, são oferecidas com mais frequência após um ano de idade, começando pelas mais macias. A gama completa de leguminosas inteiras pode ser oferecida após a conclusão da dentição decídua, ou seja, por volta dos dois anos e meio.


Sobre as consistências seguras das leguminosas no auto-desmame, é essencial mencionar as lentilhas vermelhas, que já são descascadas. Uma vez cozidas, elas se desmancham e, consequentemente, podem ser consumidas assim como estão.

Fontes de lipídios: consistências e cortes seguros no auto-desmame

Quando se fala em fontes de gorduras no auto-desmame e em consistências e cortes seguros, é fundamental começar com um foco nas azeitonas. Sendo redondas, duras e escorregadias, o melhor a fazer para oferecê-las com segurança ao seu pequeno é amassá-las com um martelo de carne ou cortá-las. Atenção: antes de colocá-las no prato do seu pequeno, é essencial lavá-las para remover o excesso de sal (tempero que nunca deve ser oferecido antes dos dois anos de idade).


As frutas secas e as sementes oleaginosas devem ser oferecidas em creme, espalhadas no pão ou misturadas no iogurte.


Também são ótimos no pesto de vegetais ou triturados finamente, de modo a obter um pó semelhante a uma farinha. No supermercado, é fácil encontrar cremes de frutas secas de ótima qualidade. Para os de sementes oleaginosas, os melhores pontos de referência são as lojas orgânicas físicas ou online.


Outra fonte fantástica de gorduras é o abacate. Pode ser oferecido amassado ou cortado em fatias. Esta fruta, de fato, tem uma consistência macia que se desmancha facilmente na boca.

Como oferecer e cortar frutas e vegetais no auto-desmame

Finalmente, vejamos os legumes, ou seja, a fruta e o vegetal. Esses alimentos no método de auto-desmame devem ser oferecidos macios. É fundamental, de fato, que possam ser amassados entre os dedos.


Quanto aos cortes, no seu curso a Doutora Federica Dell’Oro especifica que, para facilitar a preensão palmar, inicialmente devem ser servidos em tiras do tamanho do dedo indicador de uma mão feminina.


Nos casos em que se lida com legumes que, como as cenouras, só podem ser oferecidos cozidos, não se deve exagerar.


Eles não devem se desmanchar na mão do pequeno, pois isso seria muito frustrante para ele. 


Os legumes redondos, como por exemplo os tomatinhos, devem ser cortados em quatro partes (no videocurso, está disponível, como brinde, o atlas dos cortes seguros).


É importante dedicar uma atenção especial à maçã que, no desmame guiado pelo bebê, pode ser considerada uma falsa amiga.


Para não correr riscos, pode ser oferecida cozida, ralada ou cortada em fatias bem finas feitas com o descascador.

cortes seguros de legumes no desmame guiado pelo bebê

Como oferecer água no desmame guiado pelo bebê?

Até agora, focamos nos conselhos práticos relativos à oferta segura de macronutrientes sólidos. 


No entanto, não se deve esquecer da água. Se, no início do desmame, seu filho não quiser tomá-la, não há motivo para preocupação.


Como sua alimentação ainda é composta principalmente por leite - materno ou fórmula - não terá problemas de desidratação.


A água deve ser oferecida por meio de copos de silicone ou xícaras


Especialistas como a Doutora Dell’Oro desaconselham o uso de copos com bico e mamadeiras.


Se estiver fora de casa, pode-se usar garrafinhas de aço inox com copinho apropriado. 


Quando a criança estiver um pouco maior, poderá usar o canudo, embora a melhor escolha continue sendo o copinho.


Quanto às peculiaridades da água a oferecer ao seu pequeno, lembro que é importante optar por aquelas pouco mineralizadas, preferencialmente com resíduo fixo inferior a 50 mg/L.

água no desmame guiado pelo bebê
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