Engatinhar: por que o bebê não engatinha e como ajudá-lo
“Meu bebê não quer engatinhar. Talvez seja preguiçoso ou passará a andar diretamente”.
Você já ouviu essa frase? Quero revelar que se trata de um mito. De fato, se a criança não engatinha, a genética não está envolvida.
O engatinhar é uma das etapas fundamentais do desenvolvimento motor do bebê e o pai, mãe ou cuidador podem contribuir para favorecê-lo da melhor forma.
Se você quer descobrir de que forma isso é possível e quantos benefícios traz a conquista dessa etapa, continue lendo este artigo.
Antes de começar, deixo algumas informações úteis:
- Se desejar marcar uma consulta no consultório comigo, me encontra aqui.
- Você também pode me encontrar no Instagram com o perfil @drsilva.com_official
- Na seção videocursos você encontra como favorecer o desenvolvimento psicomotor do bebê.
A que idade começa a engatinhar?
A etapa do engatinhar geralmente é alcançada entre 7 e 10 meses.
Isso acontece, porém, somente se a criança experimentou nos meses anteriores o tummy time, que deveria ter garantido o correto desenvolvimento do tônus muscular e da coordenação necessários para essa surpreendente etapa motora.
A conquista da etapa do engatinhar também depende do desenvolvimento visual, que melhorou muito nos últimos meses. De fato, o pequeno agora será capaz de notar um objeto à distância e será estimulado a alcançá-lo.
Geralmente se diz que engatinhar é a etapa seguinte ao rastejar, mas nem todas as crianças rastejam apesar de terem tido considerável experiência de tummy time.
Felizmente, não há motivo para preocupação, pois toda criança que teve garantido o tempo de brincar de bruços por bastante tempo se desenvolve de forma ótima e, se não rastejar até os sete ou oito meses, certamente engatinhará.
Para as crianças que aprenderam a rastejar, o engatinhar será uma evolução natural após cerca de um ou dois meses de experiência no rastejar.
Um dado muito curioso é que, segundo alguns estudos científicos, de todas as crianças que engatinham, estima-se que apenas 50% delas tenham rastejado antes.
Transição gradual para o engatinhar

A transição do tummy time para o engatinhar é um momento crucial no desenvolvimento motor do bebê. Como todas as etapas motoras, essa transição ocorre gradualmente, seguindo o desenvolvimento natural das capacidades físicas e cognitivas do bebê.
Inicialmente, observamos a criança em posição prona exercitando os músculos do pescoço e do tronco para levantar a cabeça e o peito do chão, apoiando-se nos braços. É quase como se estivesse fazendo pequenas flexões.
Com o tempo e a prática, a criança desenvolverá a força necessária nos músculos do tronco para levantar completamente o torso do chão e também começará a flexionar as pernas e os joelhos para frente, preparando-se implicitamente para a posição de quatro apoios.
Quando a criança alcança essa fase, pode acontecer como mágica que ela esteja de quatro, pronta para começar a engatinhar.
Inicialmente, pode experimentar essa nova posição balançando para frente e para trás ou permanecendo imóvel para compreender suas novas habilidades motoras. Porém, à medida que a criança pratica e adquire experiência, torna-se cada vez mais habilidosa em coordenar os membros superiores e inferiores, até conseguir se mover de forma fluida, começando assim a engatinhar por toda a casa.
Por que algumas crianças pulam essa etapa?
Se você chegou a este artigo, provavelmente seu filho ainda precisa alcançar essa etapa ou está se informando com antecedência.
Então, por que algumas crianças pulam essa etapa ou a alcançam muito tarde?
Como vimos no capítulo anterior, a criança começa a engatinhar somente se tiver um certo tônus muscular e uma coordenação adequada. Portanto, isso significa que ela deve ter um bom desenvolvimento motor. Não se trata de genética; então, o motivo não é que a criança tenha uma índole preguiçosa.
Se não depende dos genes, como podemos favorecer o desenvolvimento motor do bebê?
Com a experiência! Gosto de usar esse termo para indicar todas as atividades motoras que são propostas à criança desde as primeiras semanas de vida.
Os jogos e as estimulações que são propostos ao bebê o levarão a se desenvolver da melhor forma e assim alcançar todas as etapas fundamentais.
As consequências de não engatinhar

Inconscientemente, um pai pode cometer frequentes erros posturais, como, por exemplo, propor apenas a posição sentada. Isso faz com que o bebê pule etapas ou atrase seu desenvolvimento motor.
Pular a fase do engatinhar pode atrasar também a conquista da posição ereta e da caminhada autônoma. No próximo capítulo, você poderá descobrir todos os benefícios do engatinhar.
Como corrigir?
Como vimos, para engatinhar é necessário que o bebê tenha sido apresentado ao Tummy Time nos meses anteriores. Se não for o caso, aqui estão algumas dicas para começar a corrigir.
A primeira coisa a fazer é colocar seu bebê de bruços no tapete de atividades e tentar tornar o tummy time uma experiência agradável e relaxante. Obviamente, no início o pequeno chorará, mas com o tempo o tummy time se tornará mais agradável também graças aos brinquedos interessantes que você proporá e que o distrairão do esforço inicial, como o espelho Montessori. Lembre-se de deitar-se perto dele para que seu olhar esteja na mesma altura e para que ele sinta sua proximidade e seu apoio, e de alternar o tummy time com a posição supina e lateral.
Por fim, se seu bebê passou muito tempo sentado, ele pode ter contraturas musculares que limitam o movimento da coluna vertebral. Nesse caso, é recomendável consultar um osteopata pediátrico para avaliar a mobilidade da coluna vertebral e resolver eventuais problemas musculares.
Com um pouco de paciência, você verá que recuperarão o tempo perdido!
Engatinhar: os benefícios

O engatinhar é uma etapa realmente importante e, por isso, favorecer seu alcance é realmente importante.
Aqui estão os principais benefícios do engatinhar:
- Melhor desenvolvimento da visão: o bebê estimula o olho a focar em coisas próximas (convergência visual), coisas próximas e distantes (visão bifocal) e a fazer os dois olhos trabalharem juntos (visão binocular);
- A coordenação de mãos e braços faz com que os dois hemisférios cerebrais trabalhem em sinergia, garantindo uma boa coordenação motora futura. Além disso, terá menos probabilidade de desenvolver dislexia e favorecerá atividades como leitura, escrita, memória e outras habilidades cognitivas;
- Contribui para o crescimento e para a conquista da autonomia da criança que consegue alcançar o que deseja;
- Melhora as habilidades motoras finas;
- Isso o ajudará a cair corretamente da posição ereta;
- Ativa e fortalece a musculatura de todo o corpo, especialmente das pernas, do quadril, do abdômen e de todo o tronco, que o prepararão da melhor maneira para a próxima etapa do caminho.
Se o bebê não engatinha, não significa que ele poderá adquirir todas essas habilidades. Porém, você pode dar a ele a oportunidade de se desenvolver da melhor forma aplicando simples cuidados que você encontra no meu videocurso “From zero to Hero”.
Além disso, é importante permitir que o pequeno experimente essa fase sem forçá-lo de forma alguma a passar para a etapa da caminhada. Respeitar seus tempos e seus ritmos permitirá que ele construa da melhor forma seu movimento e a percepção de si mesmo.
Formas de engatinhar
Nem todos os bebês engatinham da mesma forma. De fato, o engatinhar clássico e correto, que prevê a alternância de pernas e braços, é conquistado pelo recém-nascido somente quando ele alcança um certo tônus muscular e coordenação. Por isso é fundamental propor ao pequeno a posição do tummy time desde as primeiras semanas e estimulá-lo com as atividades certas.
Vamos ver, porém, quais são as outras formas de engatinhar.
Cross crowl
Essa forma de engatinhar é a clássica, ou seja, o bebê apoia as mãos e os joelhos e os move alternadamente para se deslocar para frente.
Crab crowl
O bebê se move engatinhando, mas com uma perna flexionada sob o bumbum e a outra aberta lateralmente para se impulsionar para frente.
Bear crowl

Define o engatinhar do bebê que apoia o peso nos pés, em vez dos joelhos. Por isso é chamado de “engatinhar de urso”.
Bum Shuffling
É o deslocamento no bumbum do pequeno. Isso acontece frequentemente quando o bebê é colocado sentado com muita frequência, em vez da posição de tummy time.
Como estimular o bebê a engatinhar
Como vimos nos capítulos anteriores, para ajudar o recém-nascido a engatinhar é necessário ter proposto o tummy time desde os primeiros meses. De fato, essa atividade é a chave para o desenvolvimento motor do pequeno porque o ajudará a fortalecer a musculatura necessária para alcançar essa etapa.
Se o seu bebê já engatinha, você está no caminho certo e o engatinhar deve ser uma evolução natural, geralmente dentro de alguns meses. Se, por outro lado, seu pequeno ainda não começou a engatinhar, mas tem uma boa experiência de tummy time, é possível favorecer o engatinhar durante o período que vai do oitavo ao décimo primeiro mês de vida.

Antes de tudo, certifique-se de que seu bebê está confortável para se mover e experimentar.
Se o seu bebê ainda não engatinha, durante as sessões de tummy time, você pode ajudá-lo a se familiarizar com a posição de quatro apoios. Sente-se em um tapetão com as pernas estendidas para frente e posicione o bebê montado em uma das suas pernas. Dessa forma, o bebê será incentivado a se apoiar nos braços para evitar cair para frente, e ao mesmo tempo, a posição favorecerá a flexão dos joelhos, preparando-o para o engatinhar. Certifique-se de posicionar sua mão no bumbum do bebê para equilibrá-lo e evitar que ele caia para frente.
Você também pode propor o mesmo exercício usando um cilindro sob a barriga da criança, para favorecer a posição de quatro apoios enquanto brinca. Certifique-se de que o rolo ou cilindro esteja posicionado no meio entre o tronco e a barriga da criança, de modo que ela fique ligeiramente inclinada para frente, encorajando-a a se sustentar com os braços e a coordenar com as pernas e joelhos.
Além disso, aqui estão alguns conselhos para sempre ter em mente:
- Continue oferecendo várias vezes o tummy time para seu filho e brinque com ele deitado;
- Certifique-se de que ele não escorregue. Às vezes, o pequeno não tem aderência suficiente para assumir e manter a posição (piso escorregadio, roupas, ...)
- Evite posturas incorretas que possam comprometer a conquista dessa etapa (uso excessivo da posição sentada).
Criança engatinha: casa à prova de perigos

Desde que seu pequeno começa a se mover sozinho, seja rastejando ou engatinhando, a casa se torna seu reino para explorar. Tudo atrai sua curiosidade, incluindo os perigos ocultos. Por isso, torna-se importante prever uma casa à prova de crianças, ou seja, um ambiente seguro feito sob medida para seu filho.
Isso não significa limitar a exploração dele, mas torná-la segura. Essa abordagem também se baseia em visões pedagógicas como a de Maria Montessori, que enfatiza a importância de um ambiente preparado e do papel do adulto como guia discreto.
Aqui estão alguns passos práticos que você pode tomar para tornar sua casa à prova de crianças:
Proteja as tomadas elétricas
Fixe os objetos pesados
Tranque as gavetas
Mantenha os pisos limpos e livres de obstáculos
Atenção aos pontos de acesso
Crie espaços seguros para a brincadeira
Tornar a casa segura para seu pequeno explorador não só reduz o risco de acidentes, mas também cria um ambiente onde ele pode se mover e aprender com total segurança, apoiando seu desenvolvimento físico, cognitivo e emocional. Você encontra conselhos e orientações no curso em vídeo “Nanna Sicura e Sicurezza del bambino in casa”.
No artigo, você pôde ler todos os benefícios relacionados ao engatinhar. Ajudar seu filho a se desenvolver da melhor forma pode ser realmente simples com as informações e atividades corretas para oferecer a ele. Por esse motivo, decidi tornar acessíveis a todos os pais esses conhecimentos no meu curso em vídeo “From Zero to Hero”. Você encontrará muitos vídeos práticos para entender como estimular melhor seu filho para permitir que ele alcance todas as etapas motoras.