Anemia e hematócrito baixo na gravidez: causas, sintomas, tratamento
Introdução
Anemia e hematócrito baixo na gravidez: a futura mamãe deve se preocupar?
O que acontece se o hematócrito está baixo na gravidez e se a hemoglobina também cai?
Nas próximas linhas, descobriremos juntos as respostas a essas perguntas. Para conteúdos ainda mais completos dedicados às dúvidas e perguntas antes do nascimento, convido você a conhecer o videocurso pré-parto “Nascer e Renascer Mãe”, elaborado pela Doutora Maria Chiara Alvisi, obstetra da DrSilva Parent Academy e do Centro Yule.
Para dicas sobre o desenvolvimento motor do seu bebê e como prevenir problemas como as cólicas neonatais, o lugar certo, no entanto, é meu perfil no Instagram @drsilva.com_official.
Como o sangue muda durante a doce espera?
Para ter um quadro mais claro sobre o tema anemia e hematócrito baixo na gravidez, precisamos dar um pequeno passo atrás.
Cumprir significa lembrar - e a Doutora Alvisi também enfatiza isso em este vídeo - que a gravidez provoca mudanças em todo o corpo, não apenas no útero.
Entre as muitas mudanças, é possível citar as relacionadas ao sangue, que aumenta de volume tanto para evitar que, no momento do parto, a hemorragia cause a perda de uma quantidade excessiva da parte celular, quanto para atender às necessidades de crescimento do bebê.
O recém-nascido em crescimento absorve várias substâncias do sangue materno, incluindo o ferro.
À luz disso, níveis um pouco mais baixos do que o habitual desse nutriente durante a gestação não devem necessariamente alarmar.
Com o já citado aumento do volume sanguíneo, estamos diante de um fenômeno que, do ponto de vista clínico, é conhecido como hemodiluição.
Aumenta a quantidade de plasma - a parte líquida do sangue - e a parte corpuscular, composta principalmente por glóbulos vermelhos, fica mais diluída.
A redução da concentração deles no sangue leva, consequentemente, a uma diminuição dos níveis de hemoglobina (fala-se mais precisamente em diluição e não em redução concreta).
Para entender do que se trata quando é mencionada e qual a diferença em relação ao hematócrito, me acompanhe no próximo parágrafo.

Hemoglobina e hematócrito: quais são as diferenças?
Para entender bem o que acontece em caso de anemia e hematócrito baixo na gravidez e enfrentar a situação, é importante compreender a diferença entre hemoglobina e hematócrito.
A primeira é uma proteína encontrada nos glóbulos vermelhos que tem a função de transportar o oxigênio.
Para sua síntese pelo medula óssea o ferro é essencial.
Esse mineral se acumula no fígado materno sob a forma de ferritina.
Os níveis dessa proteína devem ser verificados através de exames de sangue na gravidez para saber se há quadros de deficiência.
O hematócrito, por sua vez, é o valor que indica a percentagem, sobre o sangue total, da parte corpuscular, composta, como já mencionado, principalmente por glóbulos vermelhos.
Em mulheres saudáveis não grávidas, os valores normais estão entre 38 e 45%.
No final de uma gravidez fisiológica única, podem atingir 34%, chegando a 30 no caso de gravidez gemelar sem complicações.
Para poder falar de anemia e hematócrito baixo na gravidez, é necessário lidar com os seguintes valores:
- Primeiro trimestre: hemoglobina inferior a 11 g/dl e hematócrito inferior a 33%;
- segundo trimestre: hemoglobina inferior a 10,5 g/dl e hematócrito inferior a 32%;
- terceiro trimestre: hemoglobina inferior a 11 g/dl e hematócrito abaixo de 33%.
Hemograma na gravidez
A situação da hemodiluição na gravidez deve ser monitorada. Isso pode ser feito através do hemograma, incluído nos Níveis Essenciais de Assistência para o monitoramento da gravidez fisiológica e disponível gratuitamente.
Este exame, que permite ter uma ideia clara sobre as células circulantes no sangue, deve ser realizado no início, preferencialmente até a 13ª semana, no meio da gravidez e no final.
A segunda execução é particularmente importante porque, por volta das vinte semanas de gestação, atinge-se o chamado nadir, ou seja, o nível mais baixo de hemoglobina durante a gestação.
Pode-se entender, nesta fase, se estamos diante de um quadro de hemodiluição fisiológica ou se, ao contrário, há uma situação de anemia efetiva e hematócrito baixo na gravidez, com necessidade consequente de suplementação com ferro.

Outras causas da anemia na gravidez
Como acabei de especificar, as situações de anemia e hematócrito baixo na gravidez podem ser causadas por uma hemodiluição fisiológica, mas não só.
Existem também outras causas a considerar. São elas:
- Deficiência de ferro;
- deficiência de folato, situação que aumenta o risco de malformação do tubo neural e da síndrome alcoólica fetal. Os quadros de déficit afetam 0,5 - 1,5% das mulheres grávidas;
- deficiência de vitamina B12, nutriente que desempenha um papel fundamental na produção dos glóbulos vermelhos.
Quando a anemia é grave na gravidez?
Nos casos em que a hemoglobina, no início da gravidez, está inferior a 11,5 g/dl, a situação é considerada digna de tratamento profilático.
Trata-se de uma etapa necessária, pois, com o avanço da gestação, devido à hemodiluição, a hemoglobina pode ficar abaixo de 10 g/dl.
O que significa ter os glóbulos vermelhos baixos na gravidez?
Nos casos em que os valores dos glóbulos vermelhos estão baixos na gravidez, a mãe pode experimentar sintomas que vão desde cefaleia, até falta de ar, palidez, até hipotensão e aumento anormal da frequência cardíaca.
São quadros que não devem ser negligenciados, pois o risco é de um impacto negativo no desenvolvimento do bebê e em suas reservas de ferro no momento do nascimento.
Hemoglobina baixa na gravidez: quais os riscos para a saúde do feto?
Quais riscos envolvem os quadros de anemia e hematócrito baixo na gravidez e os níveis de hemoglobina abaixo do normal?
Nos casos em que não se procede com um tratamento adequado diante de valores de hemoglobina muito baixos - inferiores a 8,5 g/dl - o risco é maior de:
- Parto prematuro;
- baixo peso ao nascer;
- maiores chances de que o bebê desenvolva, ao longo do tempo, atrasos psicomotores.
Também não faltam riscos para a saúde da mãe, mais exposta a gestose, mas também a problemas como o descolamento de placenta.

O que fazer se estiver anêmica na gravidez?
Como agir em caso de anemia e hematócrito baixo na gravidez? Depende da causa.
Quando se lida com a hemodiluição fisiológica, não há motivo para intervir.
A situação é diferente nos casos em que é diagnosticada uma deficiência de ferro ou folato.
Se a futura mamãe não sofre de anemia falciforme ou talassemia, procede-se com a administração de suplementos de ferro, a serem tomados longe das refeições, para evitar problemas na absorção dos sais de ferro.
A dosagem diária de sulfato ferroso pode variar de 60 a 120 mg dependendo da condição específica de cada gestante.
Em tudo isso não se deve esquecer a importância da alimentação.
Como lembra em este vídeo a Doutora Federica Dell’Oro, bióloga nutricionista e autora do videocurso acessível ao final do parágrafo, quando se empenha para aumentar a ingestão de ferro na gravidez não se deve cometer o erro, infelizmente muito comum, de pensar que a única fonte seja a carne vermelha.
Existem numerosas fontes vegetais de ferro, por exemplo as leguminosas.
Atenção: por serem ricas em ferro não heme, pouco biodisponível, devem ser associadas a alimentos que contenham vitamina C.