O que é o parto na água? Como evidenciado neste vídeo pela Doutora Maria Chiara Alvisi, parteira independente desde 2013, trata-se de uma prática muito antiga e primitiva.

Tornou-se frequente no meio clínico nos anos 60 graças aos trabalhos científicos do pesquisador russo Igor Charkovsky, e começou a se popularizar na Itália na década seguinte após a chegada, em um hospital na província de Siena, da primeira banheira de parto do nosso país.

As banheiras de parto, projetadas para garantir à futura mãe a máxima segurança, devem ter características bem específicas. 

Entre elas, está a ausência de cantos e partes pontiagudas. 

Além disso, as banheiras destinadas ao parto na água são muito amplas, de modo a garantir aquela liberdade de movimento essencial para um bom trabalho de parto.

Quanto à temperatura da água, lembro que, em geral, ela é sempre inferior a 38°C.

Recomenda-se mantê-la dentro de uma faixa entre 35 e 37°C.

Não exagerar é muitíssimo importante. Um aumento repentino da temperatura corporal da mãe devido à da água, de fato, pode ser causa de hipertermia do feto.

A consequência de tudo isso é o risco de que o filhote não tenha reservas suficientes de oxigênio para o tempo do trabalho de parto.

O motivo pelo qual muitas mulheres escolhem parir na água é facilmente explicado: esse elemento é a origem da vida, um dos símbolos ancestrais de criação e feminilidade.

Do ponto de vista fisiológico, pode-se falar de inúmeros vantagens decorrentes do parto na água. 

Entre os principais está o fato de que, quando o corpo da mulher está em um ambiente aquático, a passagem do bebê pelo canal de parto é muito mais fácil.

Uma menção, obrigatória, deve ser dedicada também aos benefícios relacionados à saúde da futura mãe.

A possibilidade de trabalhar na água, de preferência imersa em um líquido quente, torna a experiência muito mais relaxante.

Além disso, a dor se torna definitivamente mais suportável. 

Por quê? Por um motivo muito simples: o corpo recebe primeiro a informação do calor em contato com a pele e, em um segundo momento, o estímulo doloroso.

Além disso, graças ao maior liberação de endorfinas, a mãe que escolhe o parto na água experimenta o que, de fato, é uma das formas naturais mais eficazes de inibição da dor.

Aponto também outro aspecto de grande importância, que é o fato de que, quando está imersa na água, a mulher em trabalho de parto se sente muito mais leve. 

Esse aspecto faz a diferença no que diz respeito a um ponto já mencionado, ou seja, a liberdade de movimento.

Um bacia mais livre para se mover é sinônimo, na maioria dos casos, de risco reduzido de lidar com problemas relacionados a posicionamentos incorretos do feto enquanto está no canal de parto. 

O resultado? Uma passagem menos traumática para o bebê da escuridão e tranquilidade do útero para o mundo que o espera.

Os vantagens do parto na água também dizem respeito à saúde do períneo, cujos tecidos ficam amolecidos e menos sujeitos a lacerações.

A consequência de tudo isso é a forte redução do risco de surgimento de problemas durante o parto.

Outro aspecto positivo do parto na água diz respeito à intimidade, poderosíssima, que a futura mãe experimenta. 

A mulher, de fato, está na água com a pessoa que escolheu para assisti-la.

Todos os outros, inclusive a parteira, estão à distância. 

Trata-se, de fato, de uma bolha, um ambiente seguro e protegido que ajuda a tornar aexperiência do nascimento definitivamente mais agradável.

Concluo este excursus dedicado às vantagens do parto na água ressaltando que, quando se menciona essa abordagem ao nascimento, trata-se de uma situação que facilita os primeiros esforços respiratórios do bebê fora da barriga.

O bebê, uma vez ocorrido o desengajamento dos ombros, é ajudado a voltar à superfície e apoiado no peito da mamãe, mantendo inicialmente metade do corpinho ainda imerso para prevenir a perda de calor.

A água quente, além disso, permite prevenir o risco de hipotermia do bebê, uma situação muito problemática quando ocorre.

Existem contraindicações para o parto na água? A resposta é afirmativa. 

Trata-se de todas aquelas situações em que se lida com um quadro não fisiológico, inclusive por condições que surgiram durante a gravidez, como por exemplo o diabetes gestacional.

Parir na água também não é indicado em caso de hipertensão materna. 

Nesse caso, o risco é comprometer a eficiência da placenta, com potenciais problemas para a saúde do bebê.

O trabalho de parto induzido é outra situação incluída entre as contraindicações do parto na água. 

Continuando a lista das contraindicações do parto na água, lembramos as seguintes situações:

• Parto prematuro;
• gravidez múltipla;
• mamãe com febre alta;
• necessidade de monitoramento contínuo da atividade cardíaca fetal e ausência de monitor fetal subaquático apropriado.

Fundamental, porém, é lembrar que as mulheres nas situações mencionadas acima podem, mesmo assim, entrar em contato com o elemento água durante o trabalho de parto, embora de maneiras diferentes da imersão total na banheira.

Da bolsa térmica ao chuveiro, são várias as formas em que a água pode ser valiosa durante o trabalho de parto.

O parto na água pode ser realizado em diversos contextos. Entre eles estão as casas de maternidade, mas também a residência da futura mamãe. Caso se opte pelo parto em casa, a parteira encarregada de acompanhar o nascimento do bebê levaria consigo a banheira.

Também em diversos hospitais é possível escolher o parto na água. O melhor a fazer é se informar bem a respeito no momento em que se pesquisa o melhor lugar para dar à luz ao próprio bebê.