O diabetes infantil é uma doença crônica que afeta crianças e adolescentes. Ocorre quando o organismo não consegue produzir insulina suficiente, um hormônio essencial para transformar a glicose (açúcar) presente no sangue em energia para as células. A insulina, produzida pelo pâncreas, funciona como uma "chave" que permite a entrada da glicose nas células.

Existem dois tipos de diabetes em crianças.

É a forma mais comum de diabetes infantil. Nesse caso, o sistema imunológico ataca erroneamente as células do pâncreas que produzem insulina, causando uma deficiência desse hormônio.

Segundo os dados da ANSA em 2022, vivem na Itália 20 mil crianças com esse tipo de diabetes.

As causas exatas do diabetes tipo 1 em crianças ainda não são totalmente claras, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais estejam envolvidos. Alguns estudos sugerem que uma predisposição genética, combinada com fatores desencadeantes como infecções virais, pode iniciar a resposta autoimune que danifica as células pancreáticas.

O diabetes tipo 2, por outro lado, está fortemente ligado a fatores de risco modificáveis, como:

• Obesidade: o excesso de peso aumenta a resistência à insulina.
• Sedentarismo: a falta de atividade física contribui para a resistência à insulina.
• Alimentação inadequada: uma alimentação rica em açúcares e gorduras saturadas pode favorecer o desenvolvimento do diabetes.
• Fatores genéticos: a predisposição genética também desempenha um papel importante no diabetes tipo 2.

Outro estudo recente relacionado ao diabetes infantil tipo 1 foi conduzido por um grupo de estudiosos da Colorado School of Public Health em Aurora, Estados Unidos, e destacou uma possível relação entre a idade do desmame e o aparecimento do diabetes infantil tipo 1.

Neste estudo foram analisados 2 grupos de crianças:

• O primeiro apresentava um perfil genético predisponente ao diabetes mellitus tipo 1;
• O segundo grupo eram crianças com um parente de primeiro grau com diabetes tipo 1.

Os resultados do estudo parecem confirmar que tanto a exposição precoce quanto a tardia a qualquer alimento sólido previram um maior risco de desenvolvimento do diabetes tipo 1. Especificamente, a exposição precoce à fruta e a exposição tardia ao arroz/aveia. Porém, se a introdução desses alimentos estava associada à amamentação, o leite materno mostrou ser uma proteção contra o aparecimento precoce. 

Com base nesses dados, os estudiosos identificam, portanto, como faixa temporal ideal para realizar o desmame aquela entre 4 e 5 meses de vida para diminuir o risco de diabetes infantil.

Reconhecer os sintomas do diabetes infantil é fundamental para um diagnóstico precoce e para iniciar o tratamento de forma oportuna. Embora os sintomas possam variar de criança para criança, há alguns sinais que devem alertar os pais:

• Aumento da sede (polidipsia): a criança precisa beber muito mais frequentemente do que o habitual.
• Micção frequente (poliúria): a criança vai ao banheiro com mais frequência do que o normal, inclusive durante a noite.
• Perda de peso involuntária: apesar de um bom apetite, a criança perde peso.
• Aumento do apetite (polifagia): a criança está sempre com fome, mas não consegue se sentir saciada.
• Cansaço e fraqueza: a criança se sente cansada e tem dificuldade para realizar as atividades diárias.
• Visão embaçada: problemas visuais podem ser um sinal de níveis altos de açúcar no sangue.
• Irritabilidade: a criança pode ficar mais irritável ou irascível do que o habitual.
• Náusea e vômito: em alguns casos, especialmente em crianças mais novas, esses sintomas podem aparecer.
• Infecções frequentes: o diabetes pode enfraquecer o sistema imunológico, tornando a criança mais suscetível a infecções.
• Hálito cetônico: um odor frutado no hálito pode ser um sinal de cetoacidose diabética, uma complicação grave do diabetes não controlado.

O diagnóstico do diabetes infantil baseia-se em 3 exames principais:

• Medição da glicemia: Um simples exame de sangue permite medir a quantidade de açúcar no sangue.
• Teste de hemoglobina glicada: Este exame fornece um panorama da glicemia média nas últimas semanas e meses.
• Teste de urina: É utilizado para detectar a presença de açúcar na urina.

O coração da gestão do diabetes infantil é o controle da glicemia. Isso significa manter os níveis de açúcar no sangue dentro de uma faixa saudável. Portanto, no dia a dia da criança, serão inseridas algumas práticas importantes:

Este processo envolve o uso de um glicosímetro, um dispositivo que mede a quantidade de açúcar no sangue. As crianças e seus pais devem aprender a usá-lo corretamente e registrar os resultados. A frequência do monitoramento varia conforme as necessidades individuais, mas geralmente é feito várias vezes ao dia, especialmente antes e depois das refeições e durante a atividade física.

As crianças com diabetes tipo 1 devem injetar insulina várias vezes ao dia por meio de múltiplas injeções diárias ou por um microinfusor, um dispositivo que libera insulina continuamente através de um pequeno cateter inserido sob a pele. Já aquelas com diabetes tipo 2 podem precisar de medicamentos orais ou injetáveis.

Uma dieta saudável e equilibrada é fundamental para o manejo do diabetes infantil. As refeições devem ser planejadas para manter os níveis de glicose no sangue estáveis.

A atividade física regular é benéfica para todas as crianças, mas é especialmente importante para aquelas com diabetes. O exercício ajuda a manter os níveis de glicose no sangue dentro dos limites normais, melhora a sensibilidade à insulina e promove o bem-estar geral.

Se o diabetes não for gerenciado corretamente, a criança pode desenvolver várias complicações.

• Cetoacidose diabética: uma condição grave que ocorre quando o corpo não tem insulina suficiente para usar a glicose como fonte de energia e começa a queimar gordura, produzindo substâncias ácidas chamadas cetonas. Os sintomas incluem náusea, vômito, dor abdominal, respiração profunda e frutada, confusão e, nos casos mais graves, coma.
• Hipoglicemia: ocorre quando os níveis de açúcar no sangue caem muito. Os sintomas incluem tremores, suor, palpitações, fome, tontura, confusão e, nos casos mais graves, perda de consciência.

• Retinopatia diabética: dano nos vasos sanguíneos da retina, que pode causar perda da visão.
• Nefropatia diabética: dano nos rins, que pode levar à insuficiência renal.
• Neuropatia diabética: dano nos nervos, que pode causar formigamento, dormência, dor e problemas na função sexual.
• Doenças cardiovasculares: pessoas com diabetes têm um risco maior de desenvolver doenças cardíacas, AVC e problemas de circulação.
• Pé diabético: úlceras e infecções nos pés devido à má circulação sanguínea e danos nos nervos.

O diabetes infantil não é apenas uma doença metabólica, mas impacta muitos aspectos da vida da criança, desde a nutrição até a atividade física, passando pelo aspecto psicológico. Cada criança com diabetes tem necessidades específicas que exigem uma abordagem personalizada e contínua ao longo do tempo. Por isso, é importante uma equipe multidisciplinar que possa ajudar a família e a criança na gestão do diabetes infantil caracterizada por profissionais como:

• Pediatra: coordena os cuidados e monitora o estado geral de saúde da criança.
• Endocrinologista pediátrico: especializado no diagnóstico e tratamento do diabetes em crianças.
• Nutricionista: elaborará um plano alimentar personalizado para a criança, considerando suas necessidades e preferências.
• Enfermeiro: ensina como administrar a insulina, medir a glicemia e lidar com emergências.
• Educador em diabetes: oferece formação contínua para a criança e a família sobre o manejo do diabetes.
• Psicólogo: apoia a criança e a família no enfrentamento dos desafios emocionais relacionados à doença.
• Ortoptista: avalia a visão da criança e fornece eventuais terapias para corrigir problemas visuais relacionados ao diabetes.
• Podiatra: cuida dos pés, fundamental para prevenir o pé diabético.

O diabetes infantil é um desafio significativo que requer uma abordagem integrada e multidisciplinar para garantir uma gestão eficaz e uma boa qualidade de vida para as crianças afetadas por essa doença. Através do monitoramento constante da glicemia, administração adequada de insulina, dieta equilibrada, atividade física regular e suporte psicológico, as crianças podem viver uma vida plena e ativa.

Como dissemos, vários estudos confirmam que um desmame correto aliado à amamentação pode ajudar a prevenir ou retardar o diabetes o máximo possível. Justamente porque nosso objetivo é favorecer o melhor desenvolvimento da mãe e do bebê desde a gravidez até os primeiros anos da criança, na academia Dr-Silva você encontrará muitos videocursos, entre eles:

• Desmame guiado prático, fácil e sem estresse: para iniciar de forma tranquila a alimentação complementar sob demanda do seu bebê, você pode conhecer o videocurso elaborado pela Doutora Federica Dell’Oro, bióloga nutricionista.
• Ao aroma de leite: o videocurso sobre Amamentação mais completo, prático e multidisciplinar de todos os tempos, para todas as gestantes e mães de primeira viagem.