Icterícia neonatal: o que é, quais são as causas, como tratar
Introdução
A icterícia neonatal é um evento que preocupa muito os casais que estão esperando e os novos pais.
Neste artigo, tentarei ajudar você a esclarecer as ideias. Você poderá descobrir não apenas o que é a icterícia neonatal, mas também as diretrizes para o tratamento.
Como você pode ver, decidi inserir um índice. Se você se interessa por um aspecto específico do tema, basta clicar no título do parágrafo dedicado.
Se você está esperando um filho e procura conselhos científicos e precisos para enfrentar da melhor forma a jornada até o nascimento, recomendo, em vez disso, o videocurso pré-parto da Doutora Maria Chiara Alvisi, a obstetra da equipe DrSilva.
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O que é a icterícia neonatal e quais são as causas
A icterícia neonatal é uma situação em que é possível notar, no recém-nascido, uma coloração amarelada da pele, das escleras e das mucosas.
A causa da icterícia neonatal é um aumento da bilirrubina no sangue.
Substância de resíduo, para ser exato um pigmento, de cor amarelada produzido após a destruição fisiológica da hemoglobina presente nos glóbulos vermelhos que chegaram ao fim do seu ciclo de vida, quando o bebê está na barriga é eliminado graças à placenta.
Uma vez que o bebê nasce e a placenta também nasce, a eliminação é responsabilidade do fígado que, devido à sua imaturidade, nem sempre consegue eliminá-la de forma eficiente.
Quais são os valores de bilirrubina necessários para poder falar de icterícia neonatal? Quantidades superiores a 3 mg/dl.
Lembre-se também que a coloração amarelada começa a aparecer no rosto, envolvendo posteriormente as escleras - a parte branca do olho - e chegando, em uma fase posterior, aos membros superiores e inferiores.
É importante saber que a icterícia neonatal pode ser de vários tipos, ou seja, fisiológica, por leite materno, por amamentação e patológica.
Siga-me no próximo parágrafo para descobrir algo mais a respeito!

Icterícia fisiológica
Os quadros de icterícia neonatal fisiológica dizem respeito a cerca de 60% dos bebês nascidos a termo e mais ou menos 80% dos prematuros.
Aqui estão os critérios a considerar para poder falar de icterícia fisiológica:
- Manifestação após as primeiras 24 horas de vida (geralmente, os sintomas de alteração da coloração da pele aparecem entre o segundo e o terceiro dia após o nascimento);
- toda a bilirrubina do tipo indireto (ou seja, ainda não processada pelo fígado);
- os aumentos diários dos valores de bilirrubina não são significativos;
- os valores mencionados se mantêm dentro dos limites de segurança que correspondem a 12 mg/dl para os nascidos a termo e 15 para os prematuros. Se ultrapassar esses valores, há o risco de a bilirrubina atravessar a barreira hematoencefálica, com consequentes danos ao sistema nervoso central.
Um critério adicional para se falar de icterícia neonatal fisiológica é a duração dos sintomas, que deve se manter dentro de 10 dias para os nascidos a termo e dentro de 15 para os prematuros.
O aparecimento da icterícia neonatal fisiológica pode ser predisposto por fatores como a administração de ocitocina durante o parto induzido ou por uma gravidez complicada por diabetes gestacional.

Icterícia do leite materno e da amamentação ao seio
A icterícia neonatal do leite materno se manifesta nos primeiros 4 - 5 dias de vida dos filhotes amamentados ao seio que estão reativos e com bom ganho de peso.
Ao contrário da icterícia fisiológica, pode durar muito, até 12 semanas. O que a causa? A presença, no leite materno, de substâncias que interferem, aumentando, a reabsorção da bilirrubina pelo intestino.
A icterícia do leite materno deve ser diferenciada da chamada icterícia neonatal por amamentação ao seio.
Nesses casos, o problema tende a se manifestar nos primeiros dias de vida e é devido ao fato de que o filhote não ingere uma quantidade suficiente de leite materno.
Sendo, por reflexo, inferiores os movimentos intestinais, é reduzida a eliminação da bilirrubina pelas fezes.
Não há motivo para alarme! Tudo se resolve espontaneamente continuando a amamentação e tentando aumentar a produção de leite.
Icterícia patológica
Em caso de icterícia neonatal patológica, pode-se lidar com o aumento da bilirrubina indireta ou com o incremento da bilirrubina direta.
No primeiro caso, entre as causas é possível citar a incompatibilidade entre mãe Rh negativa e recém-nascido Rh positivo.
Também é digno de nota o caso da incompatibilidade do grupo sanguíneo AB0 (a mãe tem o grupo sanguíneo 0 e o filhote A ou B).
Nas situações mencionadas, a mãe produz anticorpos que, ligando-se aos glóbulos vermelhos do bebê, provocam sua destruição, tecnicamente chamada de hemólise, com consequente aumento da bilirrubina.
Para maior precisão, é bom destacar que ambos os quadros de incompatibilidade são hoje muito raros.
Após a primeira gravidez, às mulheres que ficam grávidas novamente são administrados anticorpos especiais que previnem o desenvolvimento da incompatibilidade.
A icterícia neonatal patológica pode ser causada também por outros fatores. Quais são?
Quadros de policitemia - aumento dos glóbulos vermelhos, com óbvios efeitos nos níveis de bilirrubina - de anemia congênita, de hipotireoidismo congênito, de absorção do cefalohematoma, uma coleção sanguínea que pode se formar abaixo do periósteo, uma das estruturas do crânio, após o uso de ventosa durante o parto por mais de 20 minutos.

Tratamento da icterícia neonatal: o que fazer?
A icterícia neonatal patológica deve ser tratada antes que os níveis sanguíneos de bilirrubina ultrapassem 20 - 25 mg/dl.
O objetivo é a prevenção da anteriormente citada travessia da barreira hematoencefálica pelo pigmento.
As diretrizes preveem começar com a fototerapia. Do que se trata?
De um tratamento no qual o recém-nascido, cujos olhinhos são protegidos com uma almofada ocular específica, é exposto, após ser despido, a um feixe luminoso particularmente brilhante (trata-se quase sempre de luz azul).
O objetivo é transformar a bilirrubina que o fígado do bebê, como já dito ainda imaturo, não é capaz de metabolizar em uma forma facilmente eliminável pela urina.
É claro que, quando a fototerapia é necessária, a alta hospitalar após o nascimento é adiada.
Contraindicada em caso de colestase, a fototerapia, em casos raros, pode não ser eficaz.
Nessas situações, procede-se à chamada exsanguinotransfusão.
Trata-se de uma tipologia de transfusão realizada introduzindo um cateter na veia umbilical, com o objetivo de eliminar parte da bilirrubina excedente em circulação.
Olhando para os quadros fisiológicos, lembro que, em caso de icterícia por leite materno, como especificado pela Doutora Alvisi em este vídeo É útil, se a estação permitir, expor a criança aos raios solares (basta amamentar em frente a uma janela aberta).
Dessa forma, favorece-se a eliminação da bilirrubina pela pele do bebê.