Integradores maternos na gravidez
Introdução
São muitas as perguntas que surgem na mente das mulheres que descobrem estar em doce espera.
Entre as dúvidas mais frequentes estão aquelas relativas aos suplementos maternos na gravidez, tema frequentemente discutido, mas nem sempre com a devida atenção aos detalhes científicos.
Quais são os suplementos realmente necessários durante os nove meses de gestação?
A essa e a outras perguntas relacionadas responderei no artigo que você pode ler nas próximas linhas.
Antes de começar, deixo algumas informações úteis:
- para começar da melhor forma a jornada da doce espera, recomendo que dê uma olhada no videocurso pré-parto multidisciplinar, pensado para você pela Dottoressa Maria Chiara Alvisi, a parteira do Centro Yule.
- Você também pode nos encontrar no Instagram com o perfil @drsilva.com_official
O que se entende por integração materna na gravidez?
Quando se fala de suplementos maternos na gravidez, refere-se à introdução de suplementos externos destinados a apoiar e melhorar o equilíbrio físico da mulher durante a gestação e os efeitos de uma alimentação saudável.
A doce espera é um período carregado de emoções, mas também um percurso que é sinônimo de grande transformação para o corpo da futura mamãe.
O status quo anterior, de fato, é completamente alterado para se concentrar em um único objetivo: nutrir o pequeno em crescimento.
Só para dar alguns números capazes de “fotografar” quantitativamente - e apenas em pequena parte - essas mudanças, lembro que, na gravidez, a necessidade energética do corpo feminino, especialmente a de proteínas, aumenta de 14 a 20%.
Quando se observa, por outro lado, o aporte de vitaminas e minerais, fala-se da necessidade de uma ingestão maior de 25/50%.
Sim, é muito. Se pararmos para pensar que, no entanto, estamos falando do crescimento de um ser humano, percebemos que tudo é normal, é a maravilha da natureza que segue seu curso.
Uma coisa fundamental a saber no momento em que se aborda o tema interessantíssimo da integração materna na gravidez diz respeito ao fato de que, nas situações em que a alimentação da gestante estiver deficiente em determinado nutriente, o feto em crescimento retiraria das reservas presentes no corpo da mãe.
O mecanismo descrito é natural. A lei da sobrevivência coloca em segundo plano o corpo da mãe, focando principalmente no bem-estar do pequeno em crescimento e em suas necessidades nutricionais.

Quais suplementos podem ser tomados na gravidez?
Os suplementos maternos na gravidez que podem ser incluídos na rotina da futura mãe são diversos.
Vai desde o ferro, que pode ser recomendado, como veremos, diante de indicações específicas que falam de anemia, ao cálcio, à vitamina B12.
Apenas os à base de ácido fólico, como lembram as diretrizes internacionais, são realmente necessários para todas as gestantes.
Vamos ver o porquê no próximo parágrafo!
Suplementos maternos na gravidez: quais são realmente necessários?
Como mencionado há pouco, os únicos suplementos maternos na gravidez indicados para todas as gestantes são os à base de ácido fólico.
A suplementação de vitamina B9 é fundamental não só quando se espera um bebê.
Também é fortemente recomendada no período preconcebicional.
Só para dar um parâmetro, lembro que é recomendado começar a tomar ácido fólico pelo menos três meses antes do planejamento da gestação.
Suas repercussões são clinicamente muito importantes.
O ácido fólico, de fato, contribui para o bom funcionamento dos mecanismos que permitem a criação de novas células.
Fundamental para a síntese do DNA e da hemoglobina, previne malformações do tubo neural, em particular a espinha bífida, uma patologia gravíssima.
Recomenda-se começar a tomá-lo bem antes do teste positivo, pois a coluna vertebral do futuro bebê e a medula espinhal - a espinha bífida é uma malformação que os envolve - se formam nos primeiros momentos da gestação, um período em que, em alguns casos, a futura mãe ainda não descobriu a magia do teste positivo.
Lembro que o ácido fólico também está presente em muitos alimentos - e muito saudáveis.
Para descobrir quais são e como inseri-los melhor na rotina alimentar, remeto ao videocurso de alimentação na gravidez ministrado pela Doutora Federica Dell’Oro, bióloga nutricionista.
Quem pensa que os benefícios do ácido fólico na gravidez se limitam à saúde - importantíssima - do recém-nascido, deveria reconsiderar.
Diversos estudos - entre os quais se pode citar esta pesquisa americana publicada em 2018 no Jama Psychiatry - identificaram uma correlação entre a suplementação materna de ácido fólico e o desenvolvimento cortical pós-natal ideal, com impactos positivos relacionados à proteção contra quadros clínicos de psicose em futuras crianças e adolescentes.
Não há dúvidas: a suplementação de ácido fólico é fundamental para a saúde do indivíduo que está se formando no ventre da mãe, não apenas na infância, mas também nos anos seguintes.
Como já mencionado, a suplementação de ácido fólico faz a diferença principalmente se iniciada no período pré-concepção.
A deficiência desse nutriente, de fato, pode causar problemas na síntese do DNA, assim como anomalias no metabolismo dos aminoácidos.
A suplementação de ácido fólico é necessária para todas as gestantes.
As gestantes deveriam incluir outros nutrientes entre os suplementos maternos na gravidez?
Essa resposta varia conforme a situação de cada mãe.
Em alguns casos, pode ser necessária a suplementação de vitaminas específicas ou minerais como o ferro, este último decisivo para a síntese da hemoglobina, que por sua vez é fundamental para a oxigenação dos tecidos placentários e fetais, e para o desenvolvimento do sistema nervoso do bebê.
No entanto, não se trata de uma situação rotineira.
Para obter instruções específicas relativas à suplementação materna na gravidez, é necessário ter clareza sobre a saúde da mulher, baseando-se principalmente em seus exames de sangue.
Mesmo que, como já especificado, os suplementos à base de ácido fólico nunca devam ser deixados em segundo plano - pelo menos nos primeiros três meses - e mesmo que existam outros com ingredientes diferentes, a alimentação saudável e equilibrada deve ser um farol guia durante a gravidez.
Para se sentir bem e garantir ao seu bebê a ingestão de todos os nutrientes, uma futura mamãe deve consumir cereais, preferencialmente integrais, verduras e frutas da estação, leguminosas, proteínas de alto valor biológico tanto de origem animal quanto de fontes vegetais (o ideal seria 50 - 50).
Concluo mencionando o perigo da suplementação por conta própria.
Seguindo essa abordagem - prejudicial mesmo que não se fale de medicamentos - cria-se um desequilíbrio de nutrientes que leva, em alguns casos, a lidar com ataques de fome nada benéficos na gravidez.
