A gravidez histérica é uma condição muito rara. 

Números na mão, afeta de 1 a 6 mulheres a cada cerca de 22.000 gestações.

Se você quer descobrir como reconhecê-la, por que ocorre e quanto dura, continue lendo este artigo.

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Também conhecida como pseudociese, a gravidez histérica é uma síndrome em que a mulher, em situações de total ausência de concepção, está convencida de que está grávida.

No Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5-TR), compilado pelos especialistas da American Psychiatric Association, está incluída na categoria dos transtornos somatoformes, junto com a hipocondria.

A gravidez histérica, evento que foi descrito pela primeira vez por volta do século IV a.C. por Hipócrates, pai da medicina moderna, que falou de 12 mulheres afetadas pelo distúrbio, hoje possui dados epidemiológicos que, em média, envolvem de 1 a 6 mulheres a cada 22.000 gestações.

Sua incidência diminuiu drasticamente com o início do século XX, especialmente nos EUA.

A mulher com gravidez histérica está mentalmente convencida de que está grávida e apresenta, por isso, alguns dos sintomas típicos da gestação. 

Algum exemplo?

• Aumento do volume do abdômen.

• Irregularidade do fluxo menstrual.

• Náusea.

• Sensação de tensão na região mamária.

Diante da realização de testes de gravidez e ultrassonografia, obtém-se claramente um resultado negativo no primeiro caso e a apresentação, no segundo, da imagem de um útero não grávido no monitor.

Os fatores causais da gravidez histérica são de natureza psicossomática. 

Esse distúrbio pode se manifestar tanto em mulheres que desejam fortemente se tornar mães, quanto em situações em que, ao contrário, o ambiente social identifica a imagem de realização com a maternidade.

Também pode acontecer que a gravidez histérica atinja mulheres que, por razões tanto estritamente pessoais quanto ligadas ao ambiente cultural em que vivem, têm um medo muito forte de engravidar.

A nível hormonal, haveria alterações do eixo hipotálamo - hipófise - ovários e um consequente aumento da secreção de hormônios como a prolactina e os estrogênios, que por sua vez são a base das mudanças físicas típicas do período da doce espera.

Entre os fatores de risco da gravidez histérica, além dos citados no parágrafo anterior, também é possível mencionar a infertilidade, assim como quadros surgidos após intervenções como a histerectomia, abortos recentes e a depressão.

Em mulheres em risco, a gravidez histérica foi frequentemente diagnosticada no contexto de quadros clínicos caracterizados também pelo diagnóstico de condições como neoplasias a nível abdominal e colecistite.

No caso dos homens, não se fala de gravidez histérica, mas sim de síndrome de Couvade (do verbo francês couver, traduzível em português como "chocar").

Fenômeno comum mas ainda pouco compreendido pela ciência, vê o parceiro masculino de uma mulher grávida manifestar sintomas corporais típicos da gravidez.

Estas tendem a começar com o início do segundo trimestre. 

Nos casos mais graves, também se caracterizam pela presença de dores semelhantes às do trabalho de parto.

A gravidez histérica na mulher pode ter uma duração que varia de algumas semanas até cerca de nove meses, típicos da gestação a termo.

Em alguns casos, pode se prolongar por um tempo maior.

O distúrbio, em alguns casos, pode cessar após o desencadeamento de episódios semelhantes ao trabalho de parto.

A duração dos sintomas da gravidez histérica está obviamente ligada também ao tratamento direcionado dos problemas na base do distúrbio. 

O diagnóstico de gravidez histérica é formulado pelo médico especialista após a realização de ultrassonografia abdominal, que não deve detectar aumento dimensional do útero, presença de um embrião ou do batimento cardíaco do mesmo, e teste de gravidez.

Por meio desses exames, é possível excluir a presença de uma gestação efetiva em curso.

É necessário destacar que, em mulheres que sofrem de gravidez histérica, podem ser encontradas anomalias na dosagem de hormônios como prolactina, progesterona, estrogênios, LH.

As mudanças a nível hormonal, porém, podem variar fortemente de caso para caso.

O tratamento da gravidez histérica prevê o recurso à psicoterapia cognitivo-comportamental (fonte: Cleveland Clinic).

O percurso deve ser iniciado após mostrar claramente à paciente as evidências clínicas que confirmam a ausência de uma gestação em curso.

Essencial, além disso, é intervir de maneira específica nos sintomas físicos da gravidez histérica.

Isso pode implicar, por exemplo, a administração de uma terapia hormonal para restaurar o fluxo menstrual.

Até hoje, a ciência ainda não conseguiu formular indicações específicas para a prevenção da gravidez histérica na mulher.

O distúrbio parece ser mais frequente entre os 20 e 40 anos - embora, na literatura, tenham sido registrados casos de meninas em idade pré-puberal e de mulheres na menopausa - e com números mais relevantes em contextos sociais que veem a maternidade e a fertilidade feminina como pontos fixos para a realização da mulher.